Serialização de Propriedades Automáticas


Quando queremos expor uma propriedade, na maioria das vezes existe um campo privado que serve como “repositório” para a informação que é definida ou lida. A propriedade tem o papel de interceptar a leitura e escrita à este campo privado através de blocos get/set.

Para reduzir o trabalho, a partir da versão 3.0 do C#, é disponibilizado uma funcionalidade chamada de Automatic Properties que, por sua vez, nos permite omitir a criação deste campo privado. Na realidade, essa funcionalidade nada mais é do que “açúcar sintático”, já que no momento da compilação, o C# irá injetar o campo privado para armazenar a informação que a propriedade expõe. Como exemplo, imagine que voce cria uma classe com a seguinte definição:

public class Usuario
{
    public string Nome { get; set; }
}

No momento da compilação, ela será definida como:

public class Usuario
{
    [CompilerGenerated]
    private string <Nome>k__BackingField;

    public string Nome
    {
        [CompilerGenerated]
        get
        {
            return this.<Nome>k__BackingField;
        }
        [CompilerGenerated]
        set
        {
            this.<Nome>k__BackingField = value;
        }
    }
}

Já vi alguns casos em que esses objetos que fazem uso desta técnica, são marcados com o atributo SerializableAttribute e, como o próprio atributo indica, permitir a serialização do mesmo. Quando um objeto com essas características são expostos através de serviços WCF (talvez quando voce já possuir uma API com essas classes definidas), precisamos de alguns cuidados especiais.

O serializador padrão do WCF é o DataContractSerializer. Esse serializador trabalha em conjunto com os atributos DataContractAttribute e DataMemberAttribute, serializando as propriedades ou campos públicos que são decorados com um desses dois atributos. Esse serializador também suporta classes decoradas com o atributo SerializableAttribute mas, como esse atributo foi desenhado para persistir e reconstituir na íntegra a representação do objeto, todos os campos (privados ou públicos) são serializados. As propriedades aqui são ignoradas.

Ao submeter um objeto com as características que vimos acima para o serializador padrão do WCF, ele persistirá os campos privados, que no nosso caso é o <Nome>k__BackingField, e que na maioria dos casos, não é isso que desejamos. Como exemplo, podemos utilizar o seguinte código para analisar o resultado deste processo:

new DataContractSerializer(typeof(Usuario))
    .WriteObject(
        File.Create(“Usuario.xml”),
        new Usuario() { Nome = “Israel” });

Abaixo temos conteúdo Xml correspondente:

<Usuario xmlns=”…” xmlns:i=”…”>
  <_x003C_Nome_x003E_k__BackingField>Israel</_x003C_Nome_x003E_k__BackingField>
</Usuario>

Caso voce não possa alterar os atributos que já foram definidos para a classe, uma possibilidade que temos é utilizar o serializador XmlSerializer. Ao contrário do DataContractSerializer, esta classe irá serializar somente as propriedades ou campos públicos. Assim como o exemplo acima, para efetuarmos este teste, podemos utilizar o seguinte código:

new XmlSerializer(typeof(Usuario))
    .Serialize(
        File.Create(“Usuario.xml”),
        new Usuario() { Nome = “Israel” });

E, finalmente, o resultado em Xml:

<?xml version=”1.0″?>
<Usuario xmlns:xsi=”…” xmlns:xsd=”…”>
  <Nome>Israel</Nome>
</Usuario>

O XmlSerializer é utilizado também pelo ASP.NET Web Services (ASMX). Por mais que esta técnica funcione, antes de alterar o serializador padrão do WCF, é importante que voce analise as vantagens e desvantagens da sua utilização e, para isso, poderá recorrer à própria documentação.

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