Ofuscando Dados com DataMask

Quando a nossa aplicação lida com dados sigilosos, precisamos nos atentar em como ela armazena isso fisicamente. Se alguém não autorizado tem acesso à base de dados, ele poderá visualizar todos os dados que estão lá. Uma opção que temos é armazenar os dados criptografados, mas nesta situação,  temos que nos preocupar como a chave de criptografia se quisermos reverter o valor para utilizá-lo novamente.

Imagine que o cliente faça uma compra no site, e depois que ele informa o cartão de crédito, queremos armazenar ele para melhor a experiência sua usuário, e assim, na próxima compra, o cartão já estará armazenado, não precisando informar novamente. Por mais que a aplicação não exponha diretamente o número do cartão de crédito em suas páginas/telas, se houver alguma vulnerabilidade, é possível ter acesso à tabela e, consequentemente, ao número de todos os cartões que estiverem lá.

O SQL Server 2016 possui um recurso chamado data mask, que como o próprio nome sugere, permite ofuscar a informação de uma determinada coluna para um determinado login, e por mais que se explore a vulnerabilidade, o SELECT sempre retornará o dado aplicando a mascará que você configurou. No script abaixo, alteramos a coluna CartaoDeCredito para exibir apenas os dois primeiros e os dois últimos números do cartão. Há ainda outras funções predefinidas, que retornam o valor padrão do tipo de dado da coluna, uma que substitui o endereço de e-mail por asteriscos, entre outras.

ALTER TABLE Cliente
    ALTER COLUMN CartaoDeCredito 
        ADD MASKED WITH (FUNCTION = 'partial(2, "**-****-****-**", 2)')
GO

Para o exemplo, criei um login limitado chamado WebUser, concedendo a permissão para realizar SELECT na tabela de clientes. Agora note que abaixo estamos utilizado ADO.NET para extrair o número do cartão de crédito para apresentar na tela. Quando utilizamos a string de conexão com acesso irrestrito, o cartão de crédito é exibido integralmente; se utilizarmos a string de conexão com o usuário WebUser, o cartão é apresentado com uma porção de asteriscos.

static void Main(string[] args)
{
    const string conexao1 = "Data Source=.;Initial Catalog=DB;user id=WebUser;password=123";
    const string conexao2 = "Data Source=.;Initial Catalog=DB;Integrated Security=True";

    Exibir(conexao1);
    Exibir(conexao2);
}

private static void Exibir(string connString)
{
    using (var conn = new SqlConnection(connString))
    {
        using (var cmd = new SqlCommand("SELECT CartaoDeCredito FROM Cliente", conn))
        {
            conn.Open();

            using (var dr = cmd.ExecuteReader(CommandBehavior.CloseConnection))
                if (dr.Read())
                    Console.WriteLine(dr.GetString(0));
        }
    }
}

E o resultado é:

12-****-****-78
1234-5678-1234-5678

Recursos do T-SQL

Assim como uma parte dos desenvolvedores, acabo também tendo acesso à bases de dados SQL Server. Como a aplicação utiliza ORM para persistência das informações, o código SQL é totalmente gerado pelo NHibernate. Enquanto o ORM é responsável por fazer a persistência, tenho a necessidade que recorrer ao T-SQL para manipular e gerar massas de dados para exibir (telas e relatórios) nesta mesma aplicação.

À medida em que a versão do SQL Server avança, além das funcionalidades que são criadas em nível ferramental, a sua linguagem também ganha novos recursos, para tornar cada vez mais fácil, otimizado e inteligente a extração e manipulação de dados. Muitas vezes deixamos de acompanhar essa evolução, e quando você se dá conta, há diversos novas opções que facilitam a forma como lidamos com os dados; algo que às vezes, você até recorre à uma linguagem genuína (C#, por exemplo) para tentar realizar uma atividade, pois o T-SQL é “limitado”. A finalidade deste pequeno artigo, é demonstrar alguns recursos, que não são necessariamente novos, mas que podem facilitar o nosso dia-à-dia. Todos os scripts estão disponíveis neste endereço.

PIVOT: Possibilidade de tornar linhas em colunas, agrupando (MAX, MIN, SUM, etc.) os valores que deseja.

SELECT
	*
FROM
(
	SELECT
		  MONTH(p.Data) As Mes
		, SUM(Valor) As Total
	FROM Pedido p
	WHERE YEAR(p.Data) = 2016
	GROUP BY MONTH(p.Data)
) sq
PIVOT
(
	SUM(Total)
	FOR Mes IN ([1], [2], [3], [4], [5], [6], [7], [8], [9], [10], [11], [12])
) pvt

ROW_NUMBER: Permite numerar as linhas do resultado. Há a opção com PARTITION, que como o próprio nome diz, particiona o contador dado um critério de ordenação.

SELECT
	  p.Data
	, p.Valor
	, ROW_NUMBER() OVER (PARTITION BY MONTH(Data) ORDER BY Data ASC) As Linha
FROM Pedido p

PAGINAÇÃO: Se a aplicação suportar, a consulta pode separar em páginas e exibir parte do resultado, que é justamente aquilo que o usuário consegue ver de uma única vez.

DECLARE @PageSize As Int = 10
DECLARE @PageNumber As Int = 1

SELECT 
	  Data
	, Valor
FROM Pedido
ORDER BY Data
	OFFSET @PageSize * (@PageNumber - 1) ROWS
	FETCH NEXT @PageSize ROWS ONLY;

WITH TIES: Quando especificamos a cláusula TOP (N), ele retorna exatamente o número de registros que foi especificado. Com esta opção e dependendo do critério de ordenação, ele acaba extrapolando o número de itens do TOP entendendo que os registros que possuem o mesmo valor da ordenação, devem também estar sendo incluídos no resultado.

SELECT TOP 5 WITH TIES
	*
FROM Pedido
ORDER BY MONTH(Data) DESC

BULK INSERT: Se possui um arquivo do tipo CSV, é possível utilizar este recurso para interpretar o mesmo e conseguir inserir diretamente em uma determinada tabela da base de dados.

Id;Data;Valor;Pago
;2016-03-30 00:00:00;14000.00;0
;2016-04-30 00:00:00;14000.00;1
;2016-05-30 00:00:00;14000.00;1

BULK INSERT Pedido
FROM 'C:\Temp\05 - BulkInsert.csv'
WITH
(
	FIRSTROW  = 2,
	FIELDTERMINATOR = ';',
	ROWTERMINATOR = '\n'
);

IIF: Operador ternário. Simplifica o uso excessivo de CASE WHEN, que às vezes acaba tornando a consulta ilegível.

SELECT
	  Data
	, Valor
	, IIF(Pago = 1, 'Sim', 'Não') As Pago
FROM Pedido

AGREGAÇÃO COM WINDOW FUNCTION: Permite aplicar uma regra de agregação em partes do resultado, dado um critério de particionamento do mesmo. No exemplo abaixo, a ideia é ir criando totalizações linha a linha, com a soma de tudo o que está acima da linha corrente.

SELECT
	  Data
	, Valor
	, SUM(Valor) OVER (ORDER BY Data ASC) As Total
FROM Pedido
ORDER BY Data ASC

TABLE VALUED PARAMETERS: Um novo tipo de dados que simula um array de um determinado tipo. Permite a parametrização da cláusula IN. Pode ser utilizado nativamente com o ADO.NET.

CREATE TYPE RelacaoDeIDs AS TABLE 
(
	Id Int NOT NULL
)
GO

DECLARE @Ids As RelacaoDeIds
INSERT INTO @Ids VALUES (3)
INSERT INTO @Ids VALUES (34)
INSERT INTO @Ids VALUES (48)

SELECT * FROM Pedido WHERE Id IN (SELECT Id FROM @Ids)

CONSULTA COM EXPRESSÃO REGULAR: Utilizando uma expressão regular para retornar os clientes onde o nome termina com algum número.

SELECT * FROM Cliente WHERE Nome LIKE '%[0-9]'

LAG/LEAD: Funções que permite acessar alguma coluna da linha anterior ou posterior, respectivamente.

-- Retorna NULL
SELECT
	  Data
	, Valor
	, LAG(Data, 1) OVER(ORDER BY Data ASC) As PedidoAnteriorEm
FROM Pedido 
ORDER BY Data ASC

-- Retorna 2016-01-02 00:00:00.000
SELECT
	  Data
	, Valor
	, LEAD(Data, 1) OVER(ORDER BY Data ASC) As ProximoPedidoEm
FROM Pedido 
ORDER BY Data ASC

WITH CTE: Caso você precise de uma massa de dados múltiplas vezes, você pode incluir este resultado em uma CTE (Common Table Expressions) e reutilizar a mesma. Consultas recursivas (exemplo: empregado com superior, itens de menu, etc.), também podem usufruir deste recurso.

WITH totalizacao
As
(
	SELECT
		SUM(Valor) As Valor
	FROM Pedido
)
SELECT
	  Data
	, Valor
	, ROUND(Valor / (SELECT Valor FROM totalizacao) * 100, 2) As Percentual
FROM Pedido p

FORMATMESSAGE: Opção para formatar strings sem ter que ficar utilizar o caractere de concatenação (+).

SELECT
	  Data
	, Valor
	, FORMATMESSAGE('Status: %s.', IIF(Pago = 1, 'Pago', 'Não Pago')) As Pagamento
FROM Pedido

EXCLUSÃO DE OBJETOS: Sintaxe mais simples para remoção de objetos.

-- Antes
IF OBJECT_ID('Pedido', 'U') IS NOT NULL
	DROP TABLE Pedido

-- Agora
DROP TABLE IF EXISTS Pedido

STRING_SPLIT: Função que recebe uma string (podendo ser uma coluna de uma tabela) separada por um determinado caractere e permite utilizar o resultado na cláusula FROM ou JOIN.

SELECT value FROM string_split('CQRS;HTTP;Data', ';')

COMPRESSÃO: Opção nativa para compressão e descompressão de dados utilizando o varbinary.

INSERT INTO Pedido VALUES (COMPRESS('Dados da Nota Fiscal 123'))

SELECT CONVERT(Varchar(100), DECOMPRESS(NotaFiscal)) FROM Pedido

Repositórios Plug-and-Play

No artigo anterior falamos sobre o uso de JOINs para extrair as informações que armazenamos em uma base de dados relacional. Comentamos também das dificuldades que temos quando precisamos manter os dados originais do momento da execução daquela tarefa (exemplo: o nome do cliente no momento da emissão da nota fiscal). No fim deste mesmo artigo, falamos em segregação da base de dados, a fim de ter estruturas distintas e otimizadas para leitura e gravação.

Dando continuidade no artigo, vamos falar sobre a base de dados de escrita. Quando trabalhamos com um domínio rico, baseado em DDD, é comum nossas classes possuírem diversas propriedades, que representam suas características, bem como funcionalidades e comportamentos que refletem, em geral, as mesmas funções do mundo real. Uma vez que este domínio está desenvolvido, chega o momento de decidir como vamos persisti-lo fisicamente. E a resposta na maioria das vezes, a resposta sempre é o uso de uma base de dados relacional, tais como: SQL Server, Oracle, MySQL, etc.

O problema entre o nosso domínio e uma base de dados relacional é a impedância. Isso quer dizer, o atrito que temos ao mapear classes e propriedades para tabelas, colunas e linhas. Trata-se de um trabalho árduo, e muitas vezes recorremos à mapeadores (ORM) para auxiliar nesta atividade, e que apesar de fazerem um grande trabalho por convenção, há muito o que se customizar em um ambiente mais complexo. Isso sem falar sobre evolução do domínio, onde a criação de novos tipos, adição e remoção de novas propriedades que precisam ser armazenadas, refletirá no mapeamento e que deverá ser ajustado.

Por essa flexibilidade na evolução e diversos outros pontos positivos, é que bases NoSQL estão cada vez mais ganhando espaço. E aqui, vamos tentar fazer a migração de uma aplicação que faz uso de NHibernate para RavenDB. Como estamos trabalhando orientado ao domínio, nós já temos interfaces em nosso código que definem a estrutura dos repositórios que a mesma utiliza. Por padrão, temos apenas a implementação para o NHibernate:

public class RepositorioDeClientes : IRepositorioDeClientes
{
    private readonly ISession session;

    public RepositorioDeClientes(ISession session)
    {
        this.session = session;
    }

    public void Salvar(Cliente entidade)
    {
        session.Save(entidade);
    }

    public Cliente BuscarPor(string cnpj)
    {
        return
            (
                from c in session.Query<Cliente>()
                where c.Empresa.Cnpj == cnpj
                select c
            ).SingleOrDefault();
    }
}

Só que o repositório ainda depende do arquivo de mapeamento (HBM) para fazer o de/para das classes para as tabelas. Vou omitir o mapeamento aqui. Ele estará disponível no código fonte do projeto que estará relacionado à este artigo. Como a interface define a estrutura, criamos uma implementação do repositório para o RavenDB. É possível notar que a API do ORM é bem semelhante à API do RavenDB.

public class RepositorioDeClientes : IRepositorioDeClientes
{
    private readonly IDocumentSession session;

    public RepositorioDeClientes(IDocumentSession session)
    {
        this.session = session;
    }

    public void Salvar(Cliente entidade)
    {
        session.Store(entidade);
        session.SaveChanges();
    }

    public Cliente BuscarPor(string cnpj)
    {
        return
            (
                from c in session.Query<Cliente>()
                where c.Empresa.Cnpj == cnpj
                select c
            ).SingleOrDefault();
    }
}

Se notarmos os códigos que criam um novo cliente utilizando os repositórios criados acima, eles serão idênticos, exceto pela criação, que cada um deve recorrer ao seu próprio modelo de construção e conexão. Se você injeta o repositório em outras classes, elas continuarão funcionando de forma transparente, já que toda a “complexidade” está embutida no repositório, e sua interface continua expondo os mesmos métodos.

public static class Repositorios
{
    public static void Executar()
    {
        ViaNHibernate();
        ViaRavenDB();
    }

    private static void ViaNHibernate()
    {
        using (var session = NHibernateContext.Factory.OpenSession())
        {
            var repositorio = new R.NHibernate.RepositorioDeClientes(session);
            var cliente = new Cliente(new Empresa() { RazaoSocial = "Nome Ltda", Cnpj = "123" });

            repositorio.Salvar(cliente);

            Console.WriteLine(repositorio.BuscarPor(cliente.Empresa.Cnpj).Empresa.RazaoSocial);
        }
    }

    private static void ViaRavenDB()
    {
        using (var session = RavenDBContext.Store.OpenSession())
        {
            var repositorio = new R.RavenDB.RepositorioDeClientes(session);
            var cliente = new Cliente(new Empresa() { RazaoSocial = "Nome Ltda", Cnpj = "123" });

            repositorio.Salvar(cliente);

            Console.WriteLine(repositorio.BuscarPor(cliente.Empresa.Cnpj).Empresa.RazaoSocial);
        }
    }
}

E como uma das principais características de bases NoSQL é não ter um schema predefinido, não há nada que se precise fazer para estruturar a base antes de receber os dados. E com isso, todos os arquivos HBM de mapeamento do NHibernate (ou se usar o Fluent NHibernate), podem ser completamente descartados. O método BuscarPor está sendo chamado aqui apenas para gerar o round-trip de testes.

Relacionamentos

Quando trabalhamos com base de dados relacional, utilizamos os relacionamentos para referenciar em uma linha o conteúdo de outra, ou seja, para complementar a informação, e evitando com isso, a redundância de dados. Para dar um exemplo, quando um pedido é realizado, ao invés de armazenar nos itens do mesmo toda a informação acerca do produto comprado, simplesmente referenciamos o produto através de seus Id como uma chave estrangeira, e através de JOINs, conseguimos remontar o pedido e saber quais produtos foram comprados.

Como mencionei no artigo anterior, além do custo de executar um JOIN, muitas vezes a redundância é benéfica. E vale ressaltar novamente aqui: o custo de armazenamento, via de regra, é mais barato que o custo de processamento. Ao mudar para uma base de dados NoSQL, os relacionamentos são tratados de forma um pouco diferente aos quais conhecemos no mundo relacional. Abaixo vou mostrar alguns experimentos, e entender o comportamento de cada um deles para podemos escolher o qual melhor se encaixa com a nossa necessidade.

Para o exemplo, vamos considerar um exemplo bastante trivial: uma classe chamada Pedido, que possui os itens que foram comprados. Para representar cada item, teremos a classe Item, que, em princípio, referenciará o produto (classe Produto) que foi adquirido. Essa classe irá ser modificada para exemplificar cada um dos cenários. Por fim, a classe Pedido irá expor uma propriedade chamada Itens que retorna todos os itens associados à ele.

Flat

A primeira opção é conhecida como flat, ou seja, as referências serão armazenadas como parte do documento principal, embutindo todas as propriedades e seus respectivos valores. Para este primeiro cenário, a estrutura da classe Item do pedido será a seguinte:

public class Item
{
    public Item(Produto produto, int quantidade)
    {
        this.Produto = produto;
        this.Quantidade = quantidade;
        this.Total = produto.Valor * quantidade;
    }

    public Produto Produto { get; private set; }

    public int Quantidade { get; private set; }

    public decimal Total { get; private set; }
}

Note que a instância da classe produto é passada como parâmetro no construtor da classe Item e armazenado em uma propriedade. O RavenDB irá embutir todas as propriedades do produto no interior do documento pedido. Como um paralelo, o NHibernate permite configurar a propriedade cascade para “save-update” e fazer com que a classe Produto seja salva em uma tabela exclusiva para o mesmo; mais tarde, se este produto for novamente comprado, então ela reutilizaria o mesmo registro. Abaixo o código que utilizamos para inserir o pedido e o JSON que foi armazenado na base:

var repositorioDePedidos = new RepositorioDePedidos(RavenDBContext.Store.OpenSession());

var produto = new Produto() { Descricao = "Mouse Microsoft", Valor = 120M };
var pedido = new Pedido();

pedido.AdicionarItem(new Pedido.Item(produto, 2));

repositorioDePedidos.Salvar(pedido);
{
    "Data": "2017-01-17T16:59:58.2372992",
    "Total": 240,
    "Itens": [
        {
            "Produto": {
                "Descricao": "Mouse Microsoft",
                "Valor": 120,
                "Id": null
            },
            "Quantidade": 2,
            "Total": 240
        }
    ]
}

O grande ponto negativo deste modelo, é que se precisarmos alterar qualquer informação no produto, teremos que varrer todos os pedidos existentes e fazer a tal alteração.

PorId

A opção por id faz com que a referência para o produto seja armazenada, ou seja, o item passa agora a referenciar o id do produto que foi comprado que, por sua vez, e acaba sendo armazenado em uma coleção a parte dos pedidos. Com isso, os dados do produto não serão duplicados, mas você terá que saltar para outro documento para ter acesso às informações sobre o produto que foi comprado. A classe Item sofre uma pequena alteração para armazenar apenas o Id do produto:

public class Item
{
    public Item(Produto produto, int quantidade)
    {
        this.ProdutoId = produto.Id;
        this.Quantidade = quantidade;
        this.Total = produto.Valor * quantidade;
    }

    public string ProdutoId { get; private set; }

    public int Quantidade { get; private set; }

    public decimal Total { get; private set; }
}

Agora o produto deve ser armazenado separadamente em nossa base, afinal, é muito provável que ele seja um agregado na perspectiva do domínio, o que o confere direito de ter um repositório. Obviamente que antes de comprarmos algo, ele deve estar previamente cadastrado, e é esta instância deste produto já cadastrado que é passada para o item do pedido, que o reutilizará:

using (var session = RavenDBContext.Store.OpenSession())
{
    var repositorioDePedidos = new RepositorioDePedidos(session);
    var repositorioDeProdutos = new RepositorioDeProdutos(session);

    var produto = new Produto() { Descricao = "Mouse Microsoft", Valor = 120M };

    repositorioDeProdutos.Salvar(produto);

    var pedido = new Pedido();

    pedido.AdicionarItem(new Pedido.Item(produto, 2));

    repositorioDePedidos.Salvar(pedido);
}
{
    "Data": "2017-01-17T17:11:49.7687856",
    "Total": 240,
    "Itens": [
        {
            "ProdutoId": "produtos/1",
            "Quantidade": 2,
            "Total": 240
        }
    ]
}

Redundante

Por fim, esta opção nos permite criar uma classe e copiar somente os campos necessários do objeto de origem. A ideia é trazer para o item tudo o que é necessário para realizar a compra, e mesmo que no futuro as informações mudem, o pedido atual terá armazenado as informações originais do momento da compra. Quando, por exemplo, a descrição do produto for alterada, não mais refletirá nos pedidos já realizados.

Para isso, a classe Item passa a armazenar também a descrição do produto, além do valor que já vinha fazendo. Não há mais qualquer referência com a classe Produto.

public class Item
{
    public Item(Produto produto, int quantidade)
    {
        this.Descricao = produto.Descricao;
        this.Quantidade = quantidade;
        this.Total = produto.Valor * quantidade;
    }

    public string Descricao { get; private set; }

    public int Quantidade { get; private set; }

    public decimal Total { get; private set; }
}

O código que armazena o pedido nada muda em relação ao que vimos no primeiro cenário, porém se inspecionarmos o JSON da base de dados, veremos que ele armazena apenas as propriedades da classe Item, sem qualquer menção ao Produto, muito menos ao seu Id.

using (var session = RavenDBContext.Store.OpenSession())
{
    var repositorioDePedidos = new RepositorioDePedidos(session);

    var produto = new Produto() { Descricao = "Mouse Microsoft", Valor = 120M };
    var pedido = new Pedido();

    pedido.AdicionarItem(new Pedido.Item(produto, 2));

    repositorioDePedidos.Salvar(pedido);
}
{
    "Data": "2017-01-17T17:21:39.6605485",
    "Total": 240,
    "Itens": [
        {
            "Descricao": "Mouse Microsoft",
            "Quantidade": 2,
            "Total": 240
        }
    ]
}

A utilização depende de cada situação que temos. Em muito casos quando trabalhamos com base de dados relacional, não nos atentamos para algumas situações, que podem gerar problemas mais sérios em termos de negócios, como por exemplo, não armazenar o nome ou o endereço do cliente no momento da realização da compra. No caso do RavenDB a redundância é natural, mas, como disse, nem sempre ela é ruim.

O código fonte dos exemplos utilizados no decorrer este artigo está disponível neste endereço.

O custo do JOIN

Considere o exemplo exibido na imagem a seguir. Trata-se das notas fiscais emitidas para um determinado cliente, e por questões de normalização, o cliente (e todos os seus dados) é armazenado em uma tabela separada da nota fiscal, para assim evitar duplicidade de informações. A transportadora será discutida mais adiante.

join01

Podemos identificar na imagem acima que nossa aplicação é responsável por emitir notas fiscais contra um determinado cliente e apresenta-las na tela. Vamos pensar que esta aplicação nada mais é que um simples CRUD. Quando uma nota fiscal é emitida para o cliente “Israel Aece Ltda”, uma linha é adicionada na tabela NotaFiscal. Para exibirmos as notas fiscais emitidas na aplicação, basta utilizarmos a seguinte consulta:

SELECT
      nf.Data
    , nf.Total
    , c.Nome As Cliente
    , t.Nome As Transportadora
FROM NotaFiscal nf
INNER JOIN Cliente c ON c.ClienteId = nf.ClienteId
INNER JOIN Transportadora t ON t.TransportadoraId = nf.TransportadoraId

Os dados são retornados com sucesso e uma listagem é apresentada para o usuário. Daqui seis meses o nome do cliente muda para “Israel Aece Ltda em Recuperação Judicial” e precisamos novamente ter acesso às notas fiscais emitidas para ele. Ao retornar os dados, o nome que será exibido na nota fiscal já não coincide mais com a razão social da empresa da época da emissão; isso pode piorar ainda mais se outras informações mudarem, por exemplo, o endereço, algo que é comum.

Para resolver isso, podemos rastrear as alterações na tabela de clientes, criando um log de alterações para armazenar cada mudança que ocorreu no registro. Além de ser uma tarefa complicada, o JOIN ficará muito mais verboso, já que terá que contemplar outras tabelas, podendo a performance ser diretamente impactada. Armazenar na tabela NotaFiscal a razão social do cliente no momento da emissão também é uma opção, mas podemos interpretar isso de outra forma, ou seja, no mundo real, o que a nota fiscal possui é um cliente? Ou seria um destinatário?

O que vimos acima é uma aplicação no estilo CRUD, onde nossas tarefas são encaradas como simples ações (DML) a serem executadas na base de dados. A estrutura de dados é o nosso principal guia, fazendo com que a nossa aplicação tenha uma grande afinidade com ele, e tarefas triviais são difíceis de serem implementadas, como foi o exemplo que vimos acima. Pra agravar, percebemos que um mesmo conjunto de dados é compartilhado entre a escrita (emissão da nota) e leitura (exibição em tela).

Muitas vezes a emissão de uma nota fiscal é muito mais do que um simples INSERT. Se mal analisado, a aplicação que antes era só lógica de acesso à dados, começa a ser poluída com regras de negócios e o código que atendia inicialmente, começa a ficar frágil e de difícil manutenção, pois inevitavelmente vamos acabar misturando as responsabilidades, já que não haverá divisão lógica/física da arquitetura da aplicação.

Se começarmos a pensar separadamente no que precisamos fazer para atender a regra de negócio (emissão da nota fiscal) do que precisamos fazer para exibir na tela (listagem de notas emitidas), o resultado vai sair muito melhor, ou, no mínimo, vai provocar discussões que certamente ajudarão na modelagem da arquitetura. Considere o código a seguir:

public class Cliente
{
    public string Nome { get; set; }
}

public class NotaFiscal
{
    public NotaFiscal(Cliente cliente)
    {
        this.Destinatario = new DadosDoDestinatario()
        {
            Nome = cliente.Nome
        };
    }

    public DadosDoDestinatario Destinatario { get; private set; }

    public class DadosDoDestinatario
    {
        public string Nome { get; set; }
    }
}

Deixando o modelo CRUD em detrimento ao modelo orientado ao domínio (DDD), os elementos ficam muito mais evidentes, como podemos perceber acima. Note que a nota fiscal não possui referência direta com um cliente, mas sim um destinatário da mercadoria, e para facilitar, criamos um construtor que aceita o cliente como parâmetro e copia os dados necessários (o nome, para este exemplo) para emissão da nota fiscal. A transportadora, que até então não falamos dela, está associada à nota fiscal e é um item importante ao exibir na tela quando formos apresentar as notas fiscais.

Ao persistir as classes acima em uma base de dados relacional, o custo do JOIN para extrair o respectivo cliente não existirá mais, pois o destinatário, que passa a ser uma coluna na tabela NotaFiscal, terá a informação. O JOIN ainda será necessário para chegar até a transportadora. Isso pode aumentar ainda mais, por exemplo, para exibir os itens comprados, pois precisaremos fazer JOIN com a tabela de produtos. Nada disso é tão ruim, porém se o banco de dados começar a ser o principal gargalo da aplicação, vai ser difícil conseguir ter uma estrutura performática para atender o lado da escrita e o lado da leitura.

Separar as bases de dados pode ser uma opção, permitindo com que a estrutura do lado da escrita seja uma base mais normalizada, enquanto do lado da leitura, queremos otimizar para termos uma performance extraordinária. Em geral, o custo do armazenamento é mais barato do que o custo de processamento, então a redundância de informações será benéfica e o custo será baixo. Com isso, o lado da leitura passa a ter a relação de todas as notas fiscais emitidas sem a necessidade de realizar JOINs para complementar informações. É importante dizer que nada impede de um lado utilizar uma base de dados relacional e da outra uma base de dados orientada à documentos; independente disso, a dificuldade aqui é em como fazer a sincronização destas bases de dados. Continua.

NVarchar e NHibernate

Pode não ser novidade, mas as vezes podemos cair em algumas armadilhas que se não ficarmos atentos, podemos ter problemas de performance relacionados à campos do tipo de dado string. Apesar de focar o artigo no NHibernate, não é um problema somente dele, na verdade, acaba sendo mais um problema do banco de dados, pois ele pode acontecer independente se estiver ou não utilizando algum ORM na aplicação. Considere as consultas abaixo:

SELECT * FROM Duplicata WHERE PrefixoDoCnpj = N'111111111'
SELECT * FROM Duplicata WHERE PrefixoDoCnpj = '111111111'

O campo PrefixoDoCnpj é um campo do tipo varchar(11) na base de dados. Temos também um índice sobre este campo para otimizar as pesquisas por ele, afinal, é muito comum querer retornar todas as duplicatas de um determinado CNPJ. A única diferença que se nota em ambas as consultas é que a primeira tem o caractere “N” antes do valor do parâmetro. Isso serve para indicar ao SQL Server que o tipo de dado é nvarchar. Ao rodar as consultas, a primeira será muito mais lenta que a segunda versão, que utiliza o mesmo tipo de dado da coluna (varchar). Para entender melhor a diferença, vamos analisar os planos de execução:

nhnvarchar

Na primeira consulta, onde o parâmetro tem um tipo de dados diferente do tipo de dado da coluna, ele está fazendo um index scan, obrigando o SQL Server a tocar em cada uma das linhas do índice e fazer a conversão implícita de cada um dos valores (pode-se perceber isso na imagem acima), e sendo assim, o custo está diretamente associado à quantidade de linhas que a tabela tenha. Já a segunda consulta, o SQL Server opta por fazer uso do index seek, que recorre a forma de pesquisa onde ele extrai diretamente os registros que satisfazem o critério desejado.

Tudo o que vimos acima tem a ver exclusivamente com SQL Server. Se optarmos por utilizar o NHibernate para que ele faça a geração da base de dados a partir do nosso domínio, ao utilizar as configurações padrão, todos os campos strings serão mapeados como Unicode, ou seja, nvarchar. Além dos problemas de performance que vimos acima, por aceitar caracteres Unicode, precisamos de mais espaço de armazenamento, e dependendo do tipo de aplicação que está se desenvolvendo, isso não é necessário. E ainda, se criamos scripts manuais para a criação/manutenção de itens da base dados, optando pelo tipo de dado varchar e no NHibernate sermos omissos em relação à isso, o problema da degradação da performance acontecerá.

Para deixarmos explícito para ao NHibernate que ele deve utilizar varchar ao invés de nvarchar, podemos definir o tipo de dado da propriedade como AnsiString. Isso indicará ao SQL Server a tratar esta coluna da forma que desejamos (varchar), e além disso, podemos já definir o atributo sql-type para ser utilizado na geração do scripts de criação da base de dados se isso for necessário.

<?xml version="1.0" encoding="utf-8" ?>
<hibernate-mapping xmlns="urn:nhibernate-mapping-2.2" assembly="AppDeExemplo" namespace="AppDeExemplo">
  <class name="Sacado">
    <id name="PrefixoDoCnpj" length="11" type="AnsiString">
      <column name="PrefixoDoCnpj" sql-type="varchar(11)" length="11" />
      <generator class="assigned" />
    </id>
    <!-- Demais Configurações -->
    <bag name="Duplicatas">
      <key column="PrefixoDoCnpj" />
      <composite-element class="Duplicata">
        <!-- Demais Configurações -->
      </composite-element>
    </bag>
  </class>
</hibernate-mapping>

Lazy Loading e Contextos de Domínio

Quando optamos por desenvolver uma aplicação orientada ao domínio (DDD), uma série de termos e conceitos devem ser entendidos para que sejam bem aproveitados e consigamos assim expressar em nosso código o que for necessário para atender a demanda daquela aplicação, serviço ou funcionalidade. O principal guia que agrupa todos esses termos é o livro do Eric Evans, chamado de Domain-Driven Design: Tackling Complexity in the Heart of Software.

Para persistência geralmente utilizamos repositórios (também descrito neste livro), que recorremos para inserir novos dados ou até mesmo para extrair os registros existentes, e mais tarde, persistir as eventuais alterações realizadas durante o processamento de alguma tarefa. E na maioria das implementações de repositórios, por trás (infraestrutura), sempre há um ORM que faz toda a mágica.

Na medida em que vamos desenvolvendo nosso domínio, vamos agregando às entidades diversas características e funcionalidades, tornando a classe cada vez mais próxima ao mundo real. E, como sabemos, os ORMs fornecem a possibilidade de habilitarmos um recurso chamado de lazy loading. Apenas para recordar, ele posterga a extração dos dados até que a mesma seja demandada, o que em outras palavras significa que a consulta será encaminhada à base de dados somente quando acessarmos a propriedade onde estão o(s) dado(s) custoso(s). É comumente relacionado à coleções, mas há situações onde se refere à outras classes ou até mesmo propriedades (como um array de bytes). Abaixo alguns exemplos (em negrito) do que poderia ser considerado como lazy loading:

public class Duplicata
{
    public AnaliseConfirmativa Confirmacao { get; private set; }

    public string Numero { get; private set; }

    public Sacado Sacado { get; }

    public IEnumerable<AcaoDeCobranca> AcoesDeCobranca
    {
        get
        {
            return acoesDeCobranca;
        }
    }

}

Com pouca configuração, os ORMs permitem postergar a carga das informações somente quando elas são solicitadas. Abaixo um pseudo-código que ilustra os vários momentos que vamos recorrer ao banco de dados; repare que somente quando acessamos as propriedades negritadas é que elas são extraídas, tornando um processo transparente para quem escreve o código.

var duplicata = repositorioDeTitulos.BuscarPorId(1);
//SELECT Numero, Sacado FROM Duplicata WHERE TituloId = 1

Console.WriteLine(duplicata.Confirmacao.Data);
//SELECT Data, Status, Confirmador FROM AnaliseConfirmativa WHERE Id = 3

foreach (var acao in duplicata.AcoesDeCobranca)
    //SELECT * FROM AcoesDeCobranca WHERE TituloId = 1
{
    //…
}

Como já era de se esperar, o ORM honra a configuração de lazy loading, e recorre ao banco somente quando de fato precisamos dos dados. Mas vamos detalhar melhor o que acontece no código acima: primeiramente recorremos ao repositório para extrair a duplicata de identificador 1. A consulta que foi feita devolve apenas os dados básicos da duplicata (número e sacado), e é tudo o que queremos até então. Logo que precisamos da parte da confirmação, uma nova consulta é feita. Por fim, quando queremos iterar pelas ações de cobrança, uma terceira consulta é feita para extrair os registros filhos.

Podemos perceber que as “partes” da duplicata são carregadas sob demanda, mas como disse anteriormente, em certos contextos, poderíamos poupar trabalho e já carregar juntamente com os dados básicos, os dados complementares para executar uma determinada ação. Vamos supor que tivéssemos dois ambientes: confirmação e cobrança. No primeiro ambiente, gostaria de que em uma única consulta me retornasse os dados inerentes ao processo de confirmação da duplicata; já no segundo ambiente, gostaria que as ações de cobrança também fossem extraídas tão logo quando a classe Duplicata fosse materializada.

Mas a configuração do ORM é única, não me permitindo customizar isso caso a caso, ambiente por ambiente. Se a performance é um ponto crucial da aplicação, é capaz de termos que começar a poluir a interface do repositório com métodos que retorne – ainda – a duplicata, mas que contextualizem para qual ambiente queremos:

var duplicata = repositorioDeTitulos.BuscarDuplicataParaConfirmacao(1);
var duplicata = repositorioDeTitulos.BuscarDuplicataParaCobranca(1);

E no interior de cada um dos métodos, recorreríamos a API do ORM para fazer a carga antecipada das informações relativas aquele contexto. Apesar de funcionar, em pouco tempo, é provável que o repositório comece a ter diversos métodos que estão ali mais para tentar “burlar” o ORM/sistema, e induzi-los a extrair os dados necessários para executar a operação desejada pelo usuário dentro daquele contexto.

Note que com um pequeno exemplo é possível ver o tamanho do problema que podemos ter ao criar um grande domínio e sem nos preocuparmos com a separação em contextos. Eles precisam ser bem pensados para tentar mantermos as entidades com a estrutura necessária para atender aquele contexto específico, caso contrário, podemos degradar a performance e termos dificuldades na manutenção e evolução da aplicação.

Migrando de DAAB para Dapper

Um dos pilares do antigo Enterprise Library é o DAAB (Data Access Application Block), e como o próprio nome diz, é um componente que auxilia na extração de dados de uma base de dados relacional. Sua API fornece métodos que permitem executar consultas que retornam valore escalares e também materializar o resultado em objetos.

É importante salientar que ele não é um ORM, e sendo assim, não rastreia mudanças em objetos depois que eles são materializados; compete ao cliente que faz uso desta biblioteca gerenciar tais mudanças que ocorrem nos mesmos, para depois devolver as alterações para a base de dados executando comandos de UPDATE, DELETE ou INSERT.

Abaixo um exemplo simples de como materializar o resultado para um objeto. Além da consulta SQL, temos que ter um gerador de parâmetros que os cria e anexa ao comando e, por fim, um builder, que permite customizar o mapeamento entre o resultado e as propriedades expostas pela classe mencionada.

var cliente =
database.CreateSqlStringAccessor<Cliente>
(
@”
SELECT
 c.ClienteId As ‘Id’
, e.RazaoSocial
, e.Cnpj
FROM Cliente c
INNER JOIN Empresa e ON e.EmpresaId = c.EmpresaId
WHERE
c.ClienteId = @p0″,
new ParameterMapper(),
MapBuilder<Cliente>
.MapNoProperties()
.MapByName(c => c.Id)
.MapByName(c => c.RazaoSocial)
.MapByName(c => c.Cnpj)
.Build()
).Execute(clienteId).SingleOrDefault();

O método CreateSqlStringAccessor<TResult> possui uma sobrecarga que permite apenas passar a consulta, e o mapeamento é feito de forma automática se ele encontrar as propriedades com os mesmos nomes das colunas. Além destes facilitadores para converter o resultado em objetos conhecidos pela aplicação, o DAAB gerencia a conexão para nós, ou seja, ele abre o mais tarde e fecha o mais cedo possível.

Isso é válido, pois evita precisamos gerenciar manualmente a conexão, pois algum descuido pode deixá-la aberta consumindo recursos desnecessários ou esgotar a quantidade máxima de conexões que o banco de dados possui. Só que em alguns casos o que queremos é manter a conexão aberta para executar mais de uma consulta, pois o fechamento e a abertura logo em seguida pode ser mais oneroso do que mante-la aberta por um curto período de tempo. E quando isso é necessário, temos novamente que voltar a lidar com as classes já tão conhecidas para trabalhar com dados no .NET (Connection, Command, DataReader, Parameter, etc.).

Infelizmente já faz algum tempo que esta biblioteca não sofre atualização (2013). Como uma – boa – alternativa, um Micro-ORM chamado Dapper foi criado por Sam Saffron e Marc Gravell para ser usado pelo site StackOverflow (um grande case de performance) e hoje é open-source e pode ser utilizado por nossas aplicações. Ele foi criado com foco em performance, otimizando e reutilizando internamente objetos para tornar as consultas recorrentes cada vez mais veloz.

A sua API é extremamente simples, e faz uso de métodos de extensão na sobre a interface IDbConnection para materializar o resultado em objetos. Através de um método genérico chamado Query<T>, nós informamos a consulta SQL, e a parametrização é bem mais simples de se configurar, pois basta informar os parâmetros através de objetos anônimos, que o Dapper irá mapear as propriedades do objeto em parâmetros na consulta SQL.

using (var conn = new SqlConnection(“Data Source=.;Initial Catalog=Dados;Integrated Security=True”))

{
    var cliente = conn.Query<Cliente>

(@”
SELECT
              c.ClienteId As ‘Id’
    , e.RazaoSocial
    , e.Cnpj
FROM Cliente c
INNER JOIN Empresa e ON e.EmpresaId = c.EmpresaId
WHERE
    c.ClienteId = @id”, new { id = 2688 }
).SingleOrDefault();

    Console.WriteLine(cliente.RazaoSocial);
}

Aqui, como podemos notar, somos nós que temos que gerenciar a conexão, mas ao contrário do que ocorre com o DAAB, a forma de se escrever é bem mais simples. E como é possível notar no próprio site do projeto, o uso desta biblioteca é extremamente eficiente.

Event Sourcing – Parte 2

Dando continuidade ao post anterior, por questões de simplicidade,  armazenávamos os eventos gerados para uma entidade em memória, algo que não é útil em ambiente de produção.

Como alternativa a isso, podemos recorrer à algum repositório que persista fisicamente as informações. O uso de uma base de dados relacional pode ser útil, porém é necessário que você utilize colunas que possam armazenar o objeto serializado (varbinary, varchar(max), etc.).

Isso é necessário porque é difícil prever o schema. Podem haver muitos eventos, novos eventos podem acontecer, novas informações podem ser propagadas; será difícil evoluir o schema na mesma velocidade.

Uma alternativa aqui é utilizar uma base no-sql. Apesar de alguns nomes já virem a cabeça, existe uma chamada GetEventStore. Ela foi desenhada para dar  suporte à cenários de event sourcing, e sua API também dispõe de métodos e facilitadores que permitem gravar e ler eventos sem dificuldades.

O GetEventStore também permite o acesso a leitura e gravação através de HTTP, possibilitando assim que outras tecnologias, incluindo JavaScript, possam também usufruir dela.

Por fim, ele também permite a gestão da base de eventos através de um interface web, onde podemos interagir, diagnosticar e monitorar os recursos que são necessários para o seu funcionamento.

O vídeo abaixo altera o projeto criado anteriormente para fazer uso do GetEventStore. E tudo o que precisamos alterar é a classe RepositorioDeEventos; o resto da aplicação se comporta da mesma forma, porém com os dados sendo persistidos fisicamente. Se desejar, pode baixar o projeto clicando aqui.

Event Sourcing – Parte 1

Todos temos uma conta bancária. Além das informações cadastrais, muito provavelmente ela também possui o saldo atual, que representa o quanto temos naquele exato momento, podendo ser positivo, negativo ou simplesmente zero.

O saldo, subindo ou descendo, queremos, obrigatoriamente, saber como ele chegou naquele valor. É importante saber o saldo que tínhamos em uma determinada data (retroativa) e o que aconteceu para ele atingir o saldo atual.

Felizmente todos os bancos dão aos seus correntistas o extrato de sua respectiva conta. É com ele que vamos conseguir enxergar o aumento ou diminuição do nosso dinheiro. Posicionado em uma data, identificando o saldo daquele dia, se viermos somando os valores (lembrando que pode ser positivo ou negativo), chegaremos ao saldo atual da conta. Claro, se nada estiver errado.

Tecnicamente falando, é provável que no banco de dados tenhamos uma estrutura de duas tabelas, onde uma teria os dados cadastrais da conta e a outra os lançamentos. A tabela pai provavelmente também irá armazenar o saldo atual da conta e outras características.

A medida em que os lançamentos são inseridos na segunda tabela, a coluna saldo da primeira vai sendo sensibilizado para refletir o saldo atual da conta. O valor atual do saldo vai sendo sobrescrito com o novo valor.

Já está claro que o importante para o dia a dia é o valor que temos disponível, ou seja, o saldo atual. Os lançamentos são necessários, até então, apenas para histórico; na maioria das vezes, eles são dispensáveis para operar a conta corrente (pagar contas, realizar saques, sacar dinheiro, etc.). Agora, considere o exemplo abaixo:

Repare que o saldo atual que temos não corresponde a soma dos lançamentos da segunda tabela. É provável que nosso sistema possua um bug, que afeta diretamente a atualização do saldo atual.

Apesar de, teoricamente, os lançamentos estarem corretos, é difícil diagnosticar o problema, já que não é possível, de uma forma fácil, reproduzir os mesmos eventos, exatamente da forma em que eles aconteceram, para só assim identificar onde e quando o problema de fato ocorreu.
Eis que entra em cena o Event Sourcing. Ao invés de armazenar o estado atual da entidade em colunas e linhas, o uso desta técnica determina que se armazene uma sequência (stream) de eventos, onde cada um deles informa a ação que foi executada sobre a entidade. Quando esses eventos são recarregados, eles são reaplicados contra a entidade, reconstruindo a mesma. Depois de todos eventos processados, a entidade terá, novamente, o seu estado (versão) atual. Neste modelo não fazemos a persistência física das propriedades na base de dados.
Versionamento
Uma das preocupações neste modelo é com o versionamento da entidade. É através de versão que vamos controlar o processamento e aplicação dos eventos. A versão irá garantir que um evento não seja aplicado à entidade depois que outro evento tenha se antecipado e alterado o estado da mesma em relação ao momento em que ela foi construída, ou melhor, carregada.
Isso é conhecido como concorrência otimista. É algo que também já fazemos com o banco de dados relacional, comparando o valor anterior com o atual que está na tabela antes de proceder com o comando de UPDATE ou de DELETE. O controle pode ser feito de várias maneiras, mas para ser simplista, podemos nos ater ao uso de um número inteiro, que vai sendo incrementado a medida em que um novo evento é aplicado.
Snapshots
Ao longo do tempo, mais e mais eventos vão sendo adicionados e, eventualmente, a performance pode ser degradada. Neste caso, uma possível solução é a criação de snapshots, que depois de carregado os eventos, reaplicados na entidade, ela pode disponibilizar métodos para expor o seu estado atual.
Os snapshots também são armazenados e quando a entidade for recarregada, primeiramente devemos avaliar a existência dele antes de reaplicar os eventos. Se houver um snapshot, restauramos o estado da entidade e reaplicaremos os eventos que aconteceram do momento do snapshot para frente, não havendo a necessidade de percorrer toda a sequência de eventos, ganhando assim em performance. Tão importante quanto o estado atual, o snapshot também deve armazenar a versão atual da entidade, pois esta informação é essencial para o correto funcionamento dos snapshots. Essa rotina de criação de snapshots pode ser feita em background, em uma janela de baixa atividade do sistema, podendo ser implementado através de uma tarefa do Windows que roda periodicamente ou até mesmo com um Windows Service. Para a criação de snapshots, podemos recorrer ao padrão Memento, que nos permite expor e restaurar o estado sem violar o encapsulamento do objeto.

Naturalmente o cenário de conta corrente que vimos acima quase se encaixa perfeitamente neste modelo, exceto pelo fato de termos o saldo atual sumarizado e armazenado fisicamente. Vamos então transformar uma simples classe com uma coleção de lançamentos em um modelo que suporte a técnica descrita pelo Event Sourcing. Vale lembrar que isso é “apenas” mais uma forma de persistência. Você pode ter situações que talvez esse modelo seja útil e necessário, já para outros ambientes, pode ser considerado overkill.

Requisições para o Banco de Dados – OWIN

Em geral, um projeto Web serve páginas HTML e que com o auxílio de alguma tecnologia como PHP ou ASP.NET, tornam estas páginas dinâmicas. Além de HTML, projetos Web também possuem outros tipos de arquivos que complementam estas aplicações, tais como CSS, Javascripts, Imagens, etc.

Além disso, dependendo do tipo de projeto que estamos trabalhando, há outros tipos de arquivos que a aplicação aceita que os usuários enviem ou arquivos que a própria aplicação gera e disponibiliza a seus usuários. Esses arquivos são, na maioria das vezes, armazenados no disco, em um diretório específico para não misturar com os arquivos que fazem parte da aplicação em si, e não são referentes ao conteúdo que ela manipula.

Apesar do armazenamento em disco ser o mais comum, é possível ver empresas que optam por armazenar o conteúdo do arquivo no banco de dados, onde o backup é um de seus principais benefícios, pois tudo o que a aplicação precisa para trabalhar está ali. Só que quando optamos por inserir e manter os arquivos no banco de dados, a forma de acesso muda bastante. Em tempos de ASP.NET Web Forms, uma opção seria criar um handler (ASHX) para recuperar o arquivo solicitado pelo cliente, que informava na querystring o arquivo que ele estava querendo acessar; este handler, por sua vez, realizava a busca na base e escrevia no stream de saída os bytes do arquivo.

Dependendo da tecnologia que estamos utilizando, podemos adotar diferentes técnicas de acesso à este tipo de conteúdo. Se estivermos utilizando o OWIN, é possível criar algo mais simples e “flat” para expor os arquivos que estão salvos em uma base de dados. Como sabemos, o OWIN é um servidor Web bastante leve e estensível, e uma das opções que temos disponíveis, é justamente apontar de onde e como extrair os recursos (arquivos) que estão sendo solicitados ao servidor.

A ideia é criar um mecanismo que busque os arquivos solicitados em uma base de dados, utilizando o OWIN para criar um servidor Web customizado, que hospedaremos em uma aplicação de linha de comando (Console). O primeiro passo depois do projeto criado, é instalar os dois pacotes abaixo (através do Nuget):

Install-Package Microsoft.Owin.SelfHost
Install-Package Microsoft.Owin.StaticFiles

Antes de começarmos a programar, precisamos definir a estrutura da base de dados que irá acomodar os arquivos. Para manter a simplicidade, vamos nos conter em apenas uma tabela chamada File com três colunas: Name, Date e Content. A imagem abaixo ilustra os arquivos que adicionei manualmente para o exemplo. Quero chamar a atenção para três arquivos: Pagina.htm, Styles.css e CD.jpg. Como vocês já devem estar percebendo, a página HTML é que menciona o CSS para formatar a mesma e a imagem é colocada em um atributo <img /> nesta mesma página.

O próximo passo é customizar o nosso sistema de arquivos, e para isso, o OWIN fornece duas interfaces: IFileSystem e IFileInfo. A primeira define a estrutura que nosso “repositório” de arquivos deverá ter, enquanto a segunda determina quais os atributos (propriedades) nossos arquivos devem ter. A implementação da classe que representará o arquivo é simples, pois os dados já estão armazenados em nossa base, e utilizaremos o contrutor para que as informações sejam repassadas para a classe:

public class DatabaseFileInfo : IFileInfo
{
    private readonly byte[] content;

    internal DatabaseFileInfo(string name, DateTime date, byte[] content)
    {
        this.content = content;

        this.Name = name;
        this.LastModified = date;
        this.Length = this.content.Length;
    }

    public Stream CreateReadStream()
    {
        return new MemoryStream(this.content);
    }

    public long Length { get; private set; }

    public string Name { get; private set; }

    //outras propriedades
}

O próximo passo é implementar o sistema de arquivos, utilizando a interface IFileSystem. Aqui devemos procurar pelo arquivo solicitado, e se encontrado, retornar o mesmo através do parâmetro de saída fileInfo, que deve ser instanciado com a classe que criamos acima. É importante notar que passamos a string de conexão com a base de dados, e no interior do método TryGetFileInfo fazemos a busca e utilizamos o DataReader para extrair as informações e instanciar a classe DatabaseFileInfo passando as informações inerentes ao arquivo solicitado.

public class DatabaseFileSystem : IFileSystem
{
    private readonly string connectionString;

    public DatabaseFileSystem(string connectionString)
    {
        this.connectionString = connectionString;
    }

    public bool TryGetFileInfo(string subpath, out IFileInfo fileInfo)
    {
        fileInfo = null;

        using (var conn = new SqlConnection(this.connectionString))
        {
            using (var cmd = new SqlCommand(“SELECT Name, Date, Content FROM [File] WHERE Name = @Name”, conn))
            {
                cmd.Parameters.AddWithValue(“@Name”, subpath.Replace(“/”, “”));
                conn.Open();

                using (var dr = cmd.ExecuteReader(CommandBehavior.CloseConnection))
                    if (dr.Read())
                        fileInfo = 
                            new DatabaseFileInfo(dr.GetString(0), dr.GetDateTime(1), (byte[])dr.GetValue(2));
            }
        }

        return fileInfo != null;
    }
}

As classes que criamos até agora não são suficientes para tudo funcione, pois precisamos acoplar à execução, e utilizaremos o modelo de configuração do OWIN para incluir este – novo – sistema de arquivos. Ao instalar os pacotes que foram mencionados acima, há alguns métodos de estensão que nos dão a chance de realizar estas configurações, e para ser mais preciso, me refiro ao método UseStaticFiles, que através da classe StaticFileOptions, é possível apontar a classe DatabaseFileSystem que acabamos de criar, para que o OWIN recorra à ela sempre que um arquivo for solicitado.

public class Startup
{
    public void Configuration(IAppBuilder app)
    {
        app.UseStaticFiles(new StaticFileOptions()
        {
            FileSystem = new DatabaseFileSystem(“Data Source=.;Initial Catalog=DB;Integrated Security=True”)
        });
    }
}

Quando um arquivo não for encontrado, automaticamente o cliente receberá o erro 404 (NotFound). Já quando o arquivo for encontrado, o mesmo será renderizado diretamente no navegador, assim como podemos visualizar nos exemplos abaixo:

How Do You Get A Abortion Pill

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