Claims em todo lugar

Há algum tempo eu falei aqui sobre o WIF (Windows Identity Foundation), que consiste em um framework para tornar o gerenciamento de identidades em aplicações .NET mais simples. Ele traz uma série de funcionalidades, que quando utilizado nas aplicações, nos permite lidar com a autenticação e autorização de uma forma mais poderosa, conseguindo inclusive, terceirizar/centralizar isso para uma outra aplicação.

O modelo de objetos do WIF, definia duas novas interfaces: IClaimsIdentity e IClaimsPrincipal, que herdavam de duas interfaces já existentes no .NET Framework desde a sua primeira versão (IIdentity e IPrincipal, respectivamente). Apesar de indiretamente compatíveis com os principals do .NET (WindowsPrincipal e GenericPrincipal), havia um trabalho extra a se fazer quando a conversão fosse necessária, ou melhor, quando a aplicação queria trabalhar com claims ao invés do modelo tradicional.

Com o .NET Framework 4.5, a Microsoft decidiu incorporar o modelo de claims diretamente no .NET Framework ao invés disso ser fornecido exclusivamente pelo WIF. A partir da versão 4.5, o .NET Framework passa a fornecer nativamente os tipos necessários para trabalhar com claims, e ainda, fez com que as classes WindowsPrincipal e GenericPrincipal herdem de ClaimsPrincipal e, consequentemente, toda e qualquer aplicação ao ser migrada para a versão 4.5 do .NET, automaticamente poderá fazer uso de claims. O diagrama abaixo mostra a hierarquia da herança entre essas classes:

System.Security.Claims é um novo namespace que foi adicionado ao .NET Framework, com a finalidade de agrupar os tipos disponíveis para realizar o trabalho via claims. Abaixo temos um exemplo de como podemos fazer o uso de claims em aplicações que utilizam, por exemplo, um modelo de autenticação customizado:

using System;
using System.Security.Claims;
using System.Security.Principal;

namespace App
{
class Program
{
static void Main(string[] args)
{
var principal =
new GenericPrincipal(new GenericIdentity(“Israel Aece”), new [] { “Admin”, “IT” });

foreach (var item in principal.Claims)
Console.WriteLine(“{0}: {1}”, item.Type, item.Value);
}
}
}

Overview do Windows Identity Foundation

Os desafios de desenvolver aplicações que exigem um alto nível de segurança e as soluções oferecidas pela Microsoft para transformar essa tarefa em algo bem mais simples e reutilizável do que existe atualmente.

Com a finalidade de introduzir esse novo framework, coloquei as dificuldades que temos atualmente, a proposta e o modelo básico de objetos que o WIF fornece, em um artigo na edição 26 da revista MundoDotNet. Gostaria de agradecer ao Daniel de Oliveira pela oportunidade.

WIF – Tracing

Há algum tempo eu comentei aqui em como habilitar e manipular o tracing em serviços WCF. Utilizando essa mesma estrutura, a Microsoft também incorporou este recurso no WIF, para possibilitar o diagnóstico de eventuais problemas ou comportamentos estranhos que possam acontecer durante o desenvolvimento ou mesmo durante o ambiente de produção.

Assim como serviços WCF, o WIF também é baseado em mensagens sendo trafegadas entre as partes envolvidas, que determinam as requisições de autenticação, a resposta informando se o usuário é válido ou não, processo de logout, etc. O tracing do WIF também é bastante completo, e nos permite visualizar as mensagens de forma gráfica, utilizando o utilitário Service Trace Viewer.

O uso deste tracing está disponível tanto para o autenticador (STS) quanto pela aplicação cliente (RP), e isso se dá através de trace sources, que foram criados pela Microsoft durante a construção do WIF. Esse trace source é chamado de Microsoft.IdentityModel, e podemos utilizá-lo em ambos os lados (STS e RP), para capturar os procedimentos que estão acontecendo nas duas partes. Abaixo temos o código para habilitar o tracing do lado do autenticador, e se quiser utilizar pelo cliente (RP), tudo o que precisa ser feito é colocar esta mesma configuração, alterando somente o nome do arquivo para que um não sobrescreva o do outro.

<system.diagnostics>
  <sources>
    <source name=”Microsoft.IdentityModel” switchValue=”All”>
      <listeners>
        <add name=”xml”
             type=”System.Diagnostics.XmlWriterTraceListener”
             initializeData=”C:TempAutenticador.xml” />
      </listeners>
    </source>
  </sources>
  <trace autoflush=”true” />
</system.diagnostics>

Dentro do arquivo gerado, os logs estarão distribuídos entre várias categorias, onde cada uma delas representa um estágio ou processo diferente. Essas categorias estão listadas abaixo, com uma descrição superficial sobre cada uma delas:

  • ChunkedCookieHandler: Nome, tamanho, domínio e data de expieração do cookie gerado para o usuário.
  • ClaimsPrincipal: Informações sobre a IPrincipal que foi criada, contendo o nome e o conjunto de claims.
  • DeflateCookie: Basicamente traz informações sobre o processo de compressão do cookie, incluindo o tamanho original e o comprimido.
  • HashTrace: Informações sobre tamanho e valor das assinaturas digitais do conteúdo Xml.
  • PassiveMessage: Contém um conjunto de informações permitinentes ao ambiente passivo, que são representadas pela requisição HTTP (wa, wresult e wctx).
  • Reference: Cataloga informações sobre o processo de cálculo dos digests (hash).
  • Token: Como o próprio nome diz, temos aqui informações sobre o token, trazendo informações a cada token específico (SessionTokens, Saml11 e Saml2).
  • WsFedMessage: Armazena informações que chegam até a aplicação consumidora, que cataloga cada estágio do processamento do token.
  • Exceptions: Problemas que ocorrem durante o processo de autenticação, incluindo toda a stack até o erro.
  • AppDomain Unloading: Informações sobre o descarregamento do AppDomain da aplicação.

Validando a postagem do WIF

Quando estamos utilizando um STS para autenticar uma aplicação ASP.NET (ambiente passivo), somos redirecionados para a aplicação autenticadora, nos identificamos e caso seja um usuário válido, o token será criado e postado para a aplicação (relying party) que requisitou. Essa aplicação utilizará o WIF para extrair as informações do token, validá-las e deixá-las disponíveis para serem utilizadas.

O token é serializado em formato XML, contendo todas as informações de infraestrutura (envolvendo os artefatos de segurança) e as claims. Como o conteúdo da serialização é extenso, o STS envia isso através do body de uma requisição HTTP, que é realizada através do método POST, e é aqui que o problema reside.

Por questões de segurança, o ASP.NET não permite postar requisições que contenham em seu corpo tags, para evitar problemas de cross-site scripting (XSS). Como o WIF posta uma mensagem com conteúdo XML, o ASP.NET barra logo nos primeiros estágios da requisição. Uma solução que existe desde as primeiras versões do ASP.NET, é desligar essa verificação na página que recebe a requisição com o token do WIF. Para isso basta definir o atributo ValidateRequest da diretiva @Page para False.

Desligando essa verificação, iremos conseguir receber o token do WIF, mas abriremos uma porta para que pessoas maliciosas possam explorar e, consequentemente, danificar a nossa aplicação. Felizmente na versão 4.0 do ASP.NET a Microsoft permitiu que se customize essa validação, criando um validador próprio que podemos analisar a requisição, e mesmo que ela esteja postando tags, não quer dizer que ela seja maliciosa, assim como é o caso do token do WIF.

Para criar um validador customizado, devemos criar uma classe que herde da classe RequestValidator. Essa classe fornece um método virtual chamado IsValidRequestString, que deve ser sobrescrito na classe derivada, que determinará se a requisição é válida ou não. Esse método recebe vários parâmetros, que fornecem todas as informações necessárias para criarmos a regra de validação. Entre esses parâmetros temos o contexto da requisição (HttpContext), uma string que representa o valor a ser validado, que trabalha em conjunto com o um parâmetro do tipo RequestValidationSource, que especifica qual dado da requisição está sendo validado (Forms, QueryStrings, Headers, Cookies, etc.).

Como precisamos saber se a requisição trata-se de um token gerado pelo WIF, ele próprio traz métodos que permitem a criação de uma mensagem (RSTR) a partir do conteúdo de uma requisição HTTP. Sendo assim, se o conteúdo da postagem for válido e representa um token, então quer dizer que a requisição contém tags, mas são tags que correspondem a uma espécie de informação que sabemos como lidar, ou seja, não é maliciosa. O exemplo abaixo ilustra como efetuar esta implementação, recorrendo a tipos que o WIF fornece:

public class ValidadorDoToken : RequestValidator
{
    protected override bool IsValidRequestString(HttpContext context, string value,
        RequestValidationSource requestValidationSource, string collectionKey, out int validationFailureIndex)
    {
        validationFailureIndex = 0;

        if (requestValidationSource == RequestValidationSource.Form &&
            collectionKey.Equals(WSFederationConstants.Parameters.Result, StringComparison.Ordinal))
        {
            SignInResponseMessage message =
                WSFederationMessage.CreateFromFormPost(context.Request) as SignInResponseMessage;

            if (message != null)
            {
                return true;
            }
        }

        return base.IsValidRequestString(context, value, requestValidationSource,
            collectionKey, out validationFailureIndex);
    }
}

Como todas as informações da requisição são passadas para o validador, note que a condicional verifica se estamos recebendo o body da requisição, e como o body pode ter vários campos, estamos interessados apenas naquele campo que corresponde ao token serializado que é representado pelo campo wresult.

O ASP.NET MVC também impõe este mesmo tipo de validação, que felizmente recorre a este mesmo validador, ou seja, podemos criar um único e utilizar por qualquer tipo de projeto, WebForms ou MVC. Apenas é necessário tomar cuidado quando você decora a ação (método) com o atributo ValidateInputAttribute. A finalidade deste atributo é justamente permitir a validação da requisição, mas na versão 4.0 do ASP.NET, a adição deste validador customizado fez com aquele atributo seja executado depois do validador, que por sua vez, roda logo no evento BeginRequest.

Autorização com WIF

Dentro do desenvolvimento de software, o termo autorização descreve o processo de verificar se um determinado usuário possui ou não o acesso à um determinado recurso. Mas é importante dizer que a autorização acontece depois da autenticação, pois primeiramente é necessário saber quem o usuário é, para depois saber que direitos ele tem no sistema.

Recentemente eu comentei em alguns artigos sobre a utilização de um sistema de identidade para autenticar os usuários. Uma das principais finalidades é a terceirização do processo de autenticação, delegando isso à uma outra aplicação/serviço, e assim, todas as aplicações que confiarem naquele autenticador (STS), poderão fazer uso do mesmo para autenticar seus respectivos usuários, ficando essas aplicações totalmente isentas em como isso deve acontecer.

Como comentando nos artigos acima, o WIF (Windows Identity Foundation) abstrai grande parte da complexidade para fazer isso tudo funcionar, mas a autorização ainda continua sendo uma responsabilidade da própria aplicação. A finalidade deste artigo é apresentar algumas alternativas para efetuar a autorização nas aplicações, utilizando as claims emitidas por um determinado autenticador para refinar o acesso.

Grande parte das aplicações fazem uso do modelo baseado em papéis (roles), onde concedem ou negam acesso à algum recurso da aplicação se o usuário está ou não contido em um grupo específico. Tecnicamente falando, sempre recorremos a utilização de alguma implementação da interface IPrincipal, que fornece um método chamado IsInRole, que dado o papel retorna um valor boleano indicando se o usuário corrente está ou não contido nele.

Como já comentei anteriormente, a autorização baseada em claims é muito mais flexível do que isso, ou seja, não estamos condicionados a somente trabalhar com papéis (simples strings), mas também avaliar se o usuário poderá ou não acessar um determinado recurso a partir da sua idade, ou somente se o seu cartão de crédito estiver válido, e assim por diante.

Uma das grandes preocupações que a Microsoft teve, foi em manter compatibilidade com o modelo de objetos que utilizamos desde a primeira versão do .NET Framework, mas conseguindo já tirar proveito deste novo modelo. E foi justamente pensando nisso, que ela criou as interfaces IClaimsIdentity e IClaimsPrincipal. Elas já foram comentadas com mais detalhes neste artigo, e somente para recapitular, uma das principais propriedades é a Claims, exposta pela interface IClaimsIdentity, que fornece o conjunto de claims que foram emitidas pelo autenticador para o usuário atual.

A propriedade RoleClaimType também foi criada com propósito de compatibilidade. Como todas as informações emitidas por um STS chegam para uma relying party através de claims, é necessário saber qual ou quais as claims representam os papéis (IPrincipal.IsInRole). Com isso, podemos continuar utilizando a autorização baseada em papéis, mas nos bastidores, são claims que estão sendo utilizadas. Com isso, por mais que começamos a utilizar as técnicas de autenticação através do WIF, a autorização pode continuar da forma que está, sem a necessidade de sofrer qualquer alteração.

Como sabemos, entre as claims que existem predefinidas nas especificações, ainda podemos criar claims customizadas. Isso quer dizer que um STS pode emitir uma claim sem vincular ela ao tipo role, que por padrão, a aplicação utiliza quando chamamos o método IsInRole. Mas felizmente isso pode ser configurado de forma declarativa, onde cada aplicação determina qual a claim que ela vai quer utilizar/avaliar quando o método IsInRole for chamado. Para efetuar essa customização, podemos recorrer ao sub-elemento roleClaimType do elemento samlSecurityTokenRequirement, assim como é mostrado abaixo:

<samlSecurityTokenRequirement>
  <roleClaimType value= “http://MinhaAplicacao/departamento&#8221; />
</samlSecurityTokenRequirement>

Como comentado acima, podemos continuar trabalhando com a segurança baseada em papéis. E para isso, utilizamos o método IsInRole exposto pela interface IPrincipal ou através da classe PrincipalPermission, ou ainda, do atributo PrincipalPermissionAttribute, que nos permite trabalhar de forma imperativa ou declarativa, respectivamente. Todas deverão recorrer as claims do tipo role (http://schemas.microsoft.com/ws/2008/06/identity/claims/role) ou alguma outra, conforme configuramos acima. Mas o WIF também fornece um novo par de classes para trabalhar explicitamente com claims, a saber: ClaimsPrincipalPermission e ClaimsPrincipalPermissionAttribute. Ambas também servem para utilizar de forma imperativa ou declarativa, respectivamente, mas como já podemos perceber, vai além de somente utilizar claims como roles. Podemos aqui utilizar outras claims que foram emitidas pelo STS, e tornar o processo de autorização muito mais inteligente.

Como comentado, o uso pode ser de forma imperativa ou declarativa. Utilizar um modo ou outro tem suas vantagens e desvantagens. De qualquer forma, a utilização é extremamente fácil, pois é semelhante ao modelo que já estamos acostumados a trabalhar dentro da plataforma .NET. Para exemplificar, o exemplo abaixo mostra a utilização de ambas as formas:

[ Modelo Imperativo ]

public string AlgumaOperacao()
{
    new ClaimsPrincipalPermission(“AlgumaOperacao”, “Executar”).Demand();

    //Processamento do Método
}

[ Modelo Declarativo ]

[ClaimsPrincipalPermission(SecurityAction.Demand, Resource = “AlgumaOperacao”, Action = “Executar”)]
public string AlgumaOperacao()
{
    //Processamento do Método
}

Apesar de aparentemente funcionar como o modelo baseado em papéis, o WIF nos induz a não fixar o valor das claims pelo nosso código, que é algo que mais cedo ou mais tarde sempre acaba mudando, e justamente por isso que temos as propriedades Resource e Action, mas não devemos nos preocupar com o que significado delas agora, pois o seu uso está condicionado ao ambiente em que são utilizadas, e que serão detalhados mais abaixo. Um detalhe importante também é que as duas classes que representam a permissão não são responsáveis por efetivamente validar se o usuário poderá ou não acessar aquele recurso; isso é delegado à uma outra classe, chamada ClaimsAuthorizationManager, qual veremos a seguir.

O processo de autorização é altamente customizável, o que nos permite interceptar o momento em que o runtime avalia se o usuário possui ou não permissão, e com isso alterar o comportamento padrão, nos baseando em outras claims que foram emitidas para tomar a decisão se o usuário deverá ou não acessar o recurso.

Independentemente de qual ambiente estamos falando (ativo ou passivo), as classes que lidam com o processo de autorização são as mesmas. A diferença consiste nas informações que são colocadas dentro dessas classes, pois elas são contextualizadas, condicionados ao ambiente. A principal classe que irá gerenciar isso é a ClaimsAuthorizationManager, que fornece um local central para analisarmos a requisição e determinar se o usuário poderá ou não acessar o recurso. Essa classe possui um único método chamado CheckAccess, que é disparado antes de acessar o recurso em si, e dado o contexto da requisição, retorna um valor boleano indicando se o usuário terá acesso ao mesmo, e que por padrão sempre permite o acesso.

Como dito acima, o método CheckAccess recebe o contexto da requisição como parâmetro, fornecendo todas as informações necessárias para a tomada de decisão. Esse parâmetro é do tipo AuthorizationContext, e possui três principais propriedades: Principal, Resource e Action. A primeira propriedade retorna uma instância da classe ClaimsPrincipal, que representa o usuário atual. Já a propriedade Resource determina o recurso que você está tentando acessar, e isso varia de acordo com o ambiente. Finalmente, a propriedade Action determina a operação que está sendo aplicada ao recurso, e assim como a propriedade Resource, também varia de acordo com o ambiente.

Quando implementamos a classe ClaimsAuthorizationManager para o ambiente passivo, a propriedade Resource trará o caminho e nome da página ASPX que estamos tentando acessar e a Action deve retornar se está sendo acessada via GET ou via POST. Já no ambiente ativo, a propriedade Resource deverá representar o endereço do serviço que está sendo acessado, enquanto a propriedade Action deverá refletir a SOAPAction da operação. A propriedade Principal tem o mesmo significado para ambos ambientes, ou seja, representar o usuário que está tentando acessar o recurso. Como há algumas outras diferenças entre os dois ambientes, vamos analisar a sua implementação individualmente a partir de agora.

Autorização no Ambiente Passivo – ASP.NET

A implementação da classe ClaimsAuthorizationManager para o ambiente passivo, consistirá em avaliar se a página (ASPX) que o usuário está acessado poderá ou não ser acessado, de acordo com uma regra determinada. Cada página que for acessada por aquele usuário, o runtime do WIF em conjunto com o ASP.NET invocará o método CheckAccess, que é onde terá toda a lógica de autorização.

Como exemplo, vamos somente permitir o acesso à uma determinada página se o usuário for maior que 21 anos de idade. Como o STS emite uma claim chamada dataDeNascimento, podemos efetuar o cálculo em cima dela, para avaliar se o usuário poderá ou não acessar a página. Abaixo temos a implementação:

public class AutorizadorDePaginas : ClaimsAuthorizationManager
{
    public override bool CheckAccess(AuthorizationContext context)
    {
        if (context.Resource.First().Value == “http://localhost:2721/PaginaRestrita.aspx&#8221;)
        {
            var claimDeDataDeNascimento =
                (
                    from in context.Principal.Identities[0].Claims
                    where c.ClaimType == “http://MinhaAplicacao/dataDeNascimento&#8221;
                    select c
                ).FirstOrDefault();

            if (claimDeDataDeNascimento != null)
            {
                DateTime dataDeNascimento = Convert.ToDateTime(claimDeDataDeNascimento.Value);
                return (DateTime.Now.Subtract(dataDeNascimento).Days / 365) >= 21;
            }

            return false;
        }

        return true;
    }
}

Em primeiro lugar verificamos se a página que está sendo acessada deve ser verificada quanto a permissão. Como sabemos que devemos filtrar o acesso a partir da idade, então vamos em busca de uma claim que represente a data de nascimento do usuário, e se encontrada, verificamos se ele já possui mais que 21 anos. Se ele tiver, então ele pode acessar, do contrário, terá o acessado negado.

Mas essa implementação por si só não funciona. Temos que saber como acoplá-la ao pipeline de processamento do ASP.NET. Na verdade, o responsável por invocar o método CheckAccess será o módulo ClaimsAuthorizationModule, que por padrão, não está configurado. Esse módulo se vincula ao evento AuthorizeRequest do objeto HttpApplication, e quando é disparado, irá extrair o autorizador configurado na seção do WIF e, consequentemente, irá passar a instância da classe AuthorizationContext, onde o Resource representará o caminho até a página ASPX e a Action deve representar o verbo HTTP (GET ou POST). Abaixo temos a configuração no arquivo Web.config que correspondem ao módulo e ao autorizador:

<system.web>
  <!– Outras Configurações –>
  <httpModules>
    <!– Outros Módulos –>
    <add name=”ClaimsAuthorizationModule”
         type=”Microsoft.IdentityModel.Web.ClaimsAuthorizationModule, Microsoft.IdentityModel, …”/>
  </httpModules>
</system.web>
<microsoft.identityModel>
  <service>
    <!– Outras Configurações –>
    <claimsAuthorizationManager
        type=”Servico.AutorizadorDePaginas, Servico, Version=1.0.0.0, …”/>
  </service>
</microsoft.identityModel>

Autorização no Ambiente Ativo – WCF

Já no WCF vamos trabalhar de forma parecida ao que vimos acima, ao que diz respeito a forma de implementar a classe responsável pela autorização do usuário. As ligeiras diferenças estão nas informações que são colocadas na classe AuthorizationContext e como ela é acoplada à execução.

Neste ambiente, a propriedade Resource representará o serviço que está sendo acessado, mais precisamente, o endereço do mesmo. Já a propriedade Action determinará a SOAPAction que o usuário quer invocar. A SOAPAction é um header que é incluído na requisição HTTP, e determina intenção da requisição SOAP. Esse header é representado por uma URI que não aponta necessariamente para um local válido na internet, e que indicará qual o método a ser invocado.

A ideia aqui é justamente analisar a SOAPAction, verificando se trata-se de uma operação que exige a validação da permissão do usuário. Caso seja, então vamos verificar se ele possui a idade suficiente para acessar a operação em questão. Abaixo temos a implementação, bem próxima a qual fizemos no ambiente passivo:

public class AutorizadorDeOperacoes : ClaimsAuthorizationManager
{
    public override bool CheckAccess(AuthorizationContext context)
    {
        if (context.Action.First().Value == “http://tempuri.org/IConsultasFinanceiras/RecuperarLimiteDeCredito&#8221;)
        {
            var claimDeDataDeNascimento =
                (
                    from c in context.Principal.Identities[0].Claims
                    where c.ClaimType == “http://MinhaAplicacao/dataDeNascimento&#8221;
                    select c
                ).FirstOrDefault();

            if (claimDeDataDeNascimento != null)
            {
                DateTime dataDeNascimento = Convert.ToDateTime(claimDeDataDeNascimento.Value);
                return (DateTime.Now.Subtract(dataDeNascimento).Days / 365) >= 21;
            }

            return false;
        }

        return true;
    }
}

A principal diferença aqui é como o WIF acopla isso à execução no WCF, que deve executá-la sempre quando uma nova requisição chegar ao serviço. Para que o serviço faça uso do WIF, é necessário submetermos a instância da classe ServiceHost para o método estático ConfigureServiceHost da classe FederatedServiceCredentials, assim como já foi mostrado neste artigo. Assim como no ASP.NET, o que o WIF faz aqui é utilizar um ponto de estensibilidade do WCF para adicionar a implementação do ClaimsAuthorizationManager, e para isso, o WIF já possui implementado uma classe que deriva de ServiceAuthorizationManager, que é a IdentityModelServiceAuthorizationManager, e em seu método CheckAccessCore captura o autorizador implementado/configurado pelo WIF e invoca o seu método CheckAccess, abastecendo a instância da classe AuthorizationContext com informações que estão dentro do contexto da operação (OperationContext).

Sendo assim, tudo o que precisamos aqui é configurar o autorizador customizado, para que o runtime do WIF possa capturá-lo e, consequentemente, entregar ao WCF para efetuar a validação. O código abaixo ilustra essa configuração, que é realizada da mesma forma que no ambiente passivo:

<microsoft.identityModel>
  <service>
    <!– Outras Configurações –>
    <claimsAuthorizationManager
        type=”Servico.AutorizadorDeOperacoes, Servico, Version=1.0.0.0, …”/>
  </service>
</microsoft.identityModel>

Claims Explícitas

Para ratificar o que disse acima, em ambos cenários não temos as claims espalhadas pela aplicação. Como isso pode mudar, o ideal é manter centralizado, para facilitar a alteração caso ela seja necessária.

O mesmo vale para as classes que falamos acima: ClaimsPrincipalPermission e ClaimsPrincipalPermissionAttribute. Quando as utilizamos, nós vimos que tudo o que precisamos colocar ali é o Resource e Action, que determinam informações sobre o acesso e não sobre a claim que deve ser utilizada/avaliada.

Essas classes não são responsáveis por fazerem a verificação. Intermamente elas recorrem a implementação da classe ClaimsAuthorizationManager, que deve estar configurada da forma que vimos acima. Caso não tenhamos um autorizador explicitamente definido, o WIF utilizará uma implementação padrão, que sempre concederá o acesso. O mais interessante aqui é que as informações que colocamos nestas classes também são enviadas para a classe que herda de ClaimsAuthorizationManager, pois elas invocam o método CheckAccess, abstecendo o AuthorizationContext com as respectivos informações.

Nativamente o WIF não traz suporte para vinculação de claims à um determinado recurso, mas podemos criar algo customizado para isso. A ideia é ter algum repositório para catalogar as políticas de acesso à determinados recursos, por exemplo, para acessar uma determinada página ASPX ou uma operação de um serviço, precisamos verificar se a quantidade de anos da claim dataDeNascimento é maior que 21. Esse repositório pode ser um arquivo Xml, uma base de dados ou até mesmo o próprio arquivo de configuração (*.config). Criando algo customizado, nos permite tornar a implementação do ClaimsAuthorizationManager mais simples, dinâmica e ainda mantendo a centralização.

Conclusão: Vimos neste artigo o processo de autorização de uma aplicação que opta por fazer o uso do WIF para terceirizar a autenticação do usuário. Apesar de autorização ainda ser responsabilidade da relying party, o WIF se preocupou em fornecer classes para tornar esse processo mais suave, e não menos importante, mantendo compatibilidade com o legado, que são aplicações que se baseiam em papéis para refinar o acesso aos seus respectivos recursos.

Inspetor de mensagens para o WIF

Recentemente o Dominick Baier lançou um inspetor de requisições para o Fiddler, que tem a finalidade de mostrar as mensagens geradas pelo WIF de uma forma mais amigável. Abaixo podemos visualizar a inspetor já instalado e em funcionamento. Note que podemos visualizar as claims que foram emitidas pelo STS, facilitando eventuais depurações que talvez serão necessárias durante a utilização do WIF.

Recursos das Palestras do TechEd Brasil 2010

Conforme havia comentado aqui, efetuei duas palestras no TechEd Brasil 2010, onde a primeira foi para falar sobre serviços REST no WCF, e a segunda sobre WIF.

Gostaria de agradecer a todos os presentes, e é importante dizer que qualquer dúvida, crítica ou sugestão é sempre bem-vinda. Obrigado também ao Rodolfo Roim, Rogerio Cordeiro, João Paulo Clementi, Fabio Hara, Renato Haddad e ao Waldemir Cambiucci, que me ajudaram direta ou indiretamente para que essas palestras fossem realizadas.

TechEd Brasil 2010 – Palestras

Nos dias 13, 14 e 15 de Setembro, haverá em São Paulo o evento TechEd 2010. Este evento reune uma grande quantidade de palestras voltadas para as tecnologias mais atuais, e além disso, vários profissionais que trabalham com tecnologias Microsoft. Neste ano, estarei efetuando duas palestras, quais estão listadas abaixo, seguida de sua respectiva descrição:

Título: Visão Geral do Windows Identity Foundation (WIF)
Código: SIA303
Palestrante: Israel Aece
Nível: 300
Descritivo: Autenticação e Autorização são duas preocupações que existem em toda e qualquer aplicação. Dependendo do tipo de aplicação que está sendo construída, há uma forma diferente de você implementar essas funcionalidades, que exige o conhecimento específico da respectiva API que cada uma fornece, e como se isso não bastasse, ainda precisamos nos atentar a alguns detalhes que são comuns para qualquer situação, o que pode tornar certos aspectos redundantes. A finalidade desta palestra é abordar o novo framework da Microsoft chamado Windows Identity Foundation (WIF), qual podemos acoplar as nossas aplicações, para tornar essas tarefas árduas em algo bem mais simples.

Título: Implementando Serviços RESTful usando o Microsoft .NET Framework
Código: DEV305
Palestrante: Israel Aece
Nível: 300
Descritivo: Nesta sessão, aprenda como desenvolvedores .NET podem reutilizar seu conhecimento do Windows Communication Foundation (WCF) para aproveitar as ferramentas integradas e extensibilidade de um framework de WCF único, incluindo WCF WebHttp Services para RESTful Services, WCF Data Services e OData e WCF RIA Services para o desenvolvimento do início ao fim de aplicações Microsoft Silverlight.

Consumindo um STS diretamente

No artigo anterior eu mostrei como construir um serviço WCF que faz uso do WIF para terceirizar o processo de autenticação. Lá criamos um serviço de STS utilizando os recursos fornecidos pela própria API do WIF. Como havia dito anteriormente, este serviço especial fornecido pelo WIF, nada mais é que um serviço WCF, mas que expõe um conjunto de operações específicas para lidar com a autenticação de usuários.

Quando referenciamos o serviço em uma aplicação cliente, o arquivo de configuração já é montado com todas as entradas necessárias para que o WCF em conjunto com o WIF, façam todo o processo de autenticação, e depois disso, já podemos efetuar as chamadas para as operações que o serviço (relying party) fornece. Apesar de toda a mágica ser realizada internamente, podemos explicitamente consultar o serviço de STS, para que possamos solicitar a emissão, validação ou cancelamento de um token para um determinado usuário.

Como o serviço de STS é baseado em WCF, podemos utilizar a estrutura cliente do WCF para acessá-lo. Mas para facilitar ainda mais, a Microsoft criou uma versão específica dessa estrutura, expondo versões das mesmas classes, mas voltadas para o consumo de um serviço específico de STS. Internamente essas classes substituem o comportamento padrão, acoplando os recursos fornecidos pelo WIF. A finalidade deste artigo é mostrar o conjunto de classes que temos para efetuar essa comunicação.

A primeira classe que temos é a WSTrustChannelFactory. Essa classe é responsável por criar os famosos proxies que são utilizados pelos clientes para enviar as mensagens. Mas pelo prefixo ao nome desta classe, jé podemos perceber que ela gera toda a infraestrutura para a comunicação em cima do protocolo WS-Trust, qual já discutimos em artigos anteriores. Assim como em um serviço normal, em seu construtor precisamos informar o binding e o endereço para o serviço de STS.

Aqui entra em cena alguns novos bindings, que são utilizados exclusivamente para a comunicação com serviços de STS, e que fornecem configurações pertinentes à forma de autenticação que o usuário fará. Todos os bindings herdam da classe abstrata WSTrustBindingBase, e estão debaixo do namespace Microsoft.IdentityModel.Protocols.WSTrust.Bindings. Abaixo temos a lista com cada binding suportado e sua respectiva finalidade:

  • CertificateWSTrustBinding: Permite ao cliente apresentar um certificado para a autenticação.
  • IssuedTokenWSTrustBinding: Permite ao cliente apresentar um IssuedToken para a autenticação.
  • KerberosWSTrustBinding: Permite ao cliente apresentar um token Kerberos para a autenticação.
  • UserNameWSTrustBinding: Permite ao cliente apresentar um login e senha para a autenticação.
  • WindowsWSTrustBinding: Permite ao cliente utilizar as credenciais do Windows para a autenticação.

Depois do binding, temos que definir o certificado (chave pública) que utilizaremos. Essa chave será utilizada para proteger a mensagem de envio ao serviço de STS, garantindo que somente a chave privada correspondente consigará acessar a informação, e esta, por sua vez, estará de posse do STS. Em seguida temos a definição do nome do usuário e senha, que serão encaminhados para o serviço de STS, que serão utilizadas por ele para validar o usuário (UserNameSecurityTokenHandler).

Com a factory configurada, agora podemos recorrer ao método CreateChannel, que retornará o canal de comunicação configurado com o STS. Esse método retornará o proxy, que implementará o contrato IWSTrustChannelContract. Como podemos perceber, esse contrato disponibilizará os métodos para emissão, validação e cancelamento de tokens. O método que veremos aqui é o Issue, que recebe como parâmetro a instância da classe RequestSecurityToken (RST), que parametriza alguma ação exposta pelo contrato. A configuração desta classe exige informarmos o endereço da relying party que queremos acessar (AppliesTo), que determina se o STS pode ou não emitir o token para ela. Abaixo podemos visualizar o código que comentamos acima:

private const string STS_ADDRESS = “http://IsraelAeceNB2:9010/sts&#8221;;
private const string SRV_ADDRESS = “http://IsraelAeceNB2:9000/ServicoDeCredito&#8221;;

private static SecurityToken EmitirToken()
{
    using (WSTrustChannelFactory af =
        new WSTrustChannelFactory(
            new UserNameWSTrustBinding(SecurityMode.Message),
            new EndpointAddress(
                new Uri(STS_ADDRESS),
                EndpointIdentity.CreateDnsIdentity(“Autenticador”))))
    {
        af.Credentials.ServiceCertificate.SetDefaultCertificate(
            “CN=Autenticador”, StoreLocation.LocalMachine, StoreName.My);

        af.Credentials.UserName.UserName = “Israel”;
        af.Credentials.UserName.Password = “P@ssw0rd”;

        IWSTrustChannelContract channel = af.CreateChannel();
        RequestSecurityTokenResponse response = null;

        var token = channel.Issue(new RequestSecurityToken()
        {
            RequestType = RequestTypes.Issue,
            AppliesTo = new EndpointAddress(SRV_ADDRESS)
        }, out response);

        return token;
    }
}

Por último, e não menos importante, temos o retorno do método Issue. Ele retorna a instância de uma classe que herda direta ou indiretamente da classe SecurityToken, correspondendo ao token gerado pelo serviço de STS, caso a autentição tenha resultado com sucesso. É este token que informaremos para o serviço antes de efetuar a chamada para as operações. Opcionalmente você pode capturar a mensagem de resposta do processo de autenticação, e para isso, você pode utilizar uma sobrecarga que há no método Issue, que permite especificar através de um parâmetro de saída uma classe do tipo RequestSecurityTokenResponse (RSTR), e com isso ter acesso a informações como tempo de vida, tipo de autenticação, tipo do token gerado, etc.

Com o token gerado, agora nos resta passá-lo para o serviço, para que o mesmo o utilize  para permitir a execução da operação que desejarmos invocar. Para a criação do serviço, vamos também recorrer à uma factory, definindo em seu tipo genérico o contrato do serviço. Em seu construtor, passamos a instância do binding WS2007FederationHttpBinding, que permite dialogarmos com um serviço que suporta este tipo de autenticação (via STS). Além dele, ainda é necessário informarmos o endereço até o serviço, assim como já fazemos quando desejamos invocar qualquer serviço WCF. Depois deste objeto criado, precisamos configurar alguns parâmetros que são necessários para estabelecer a ligação entre o cliente e o serviço.

Essas configurações estão todas concentradas na propriedade Credentials, que é exposta pela classe ChannelFactory<TChannel>. Só que antes de analisar as propriedades que ela fornece, precisamos entender o comportamento deste binding. Como ele exige um token para enviar ao serviço, é necessário informarmos ele antes de efetuar a requisição para qualquer operação. A propriedade SupportInteractive tem a finalidade de exibir ou não a tela do Windows Cardspace, solicitando que o usuário informe este token. No cenário deste exemplo, o token já foi emitido, devido a uma solicitação explícita ao serviço de STS, e justamente por isso, devemos evitar que essa tela seja exibida, definindo-a como False.

Em seguida, especificamos a chave pública que foi fornecida pelo serviço, garantindo que a mensagem que chegará para ele venha devidamente protegida. A propriedade CertificateValidationMode se faz necessária porque precisamos desabilitar a validação do certificado, já que ele foi criado apenas para testes. Para finalizar a configuração, invocamos o método de estensão chamado ConfigureChannelFactory, que é fornecido através da classe ChannelFactoryOperations, que por sua vez, está debaixo do namespace Microsoft.IdentityModel.Protocols.WSTrust.

Essa classe ainda fornece mais um método (de estensão) importante para o nosso exemplo, que é o CreateChannelWithIssuedToken. Este método recebe como parâmetro a instância de um token, que é representado pela classe SecurityToken, que criamos no passo acima, retornando o proxy de comunicação com o serviço. É neste momento que informarmos ao serviço o token que será utilizado para efetuar a chamada para as operações dele. O código abaixo ilustra toda essa configuração, incluindo as chamadas para as operações expostas pelo serviço.

private static void InvocarServico(SecurityToken token)
{
    using (ChannelFactory<IConsultasFinanceiras> sf =
        new ChannelFactory<IConsultasFinanceiras>(
            new WS2007FederationHttpBinding(), 
            new EndpointAddress(
                new Uri(SRV_ADDRESS),
                EndpointIdentity.CreateDnsIdentity(“Servico”))))
    {
        sf.Credentials.SupportInteractive = false;
        sf.Credentials.ServiceCertificate.Authentication.CertificateValidationMode =
            X509CertificateValidationMode.PeerTrust;
        sf.Credentials.ServiceCertificate.SetDefaultCertificate(
            “CN=Servico”, StoreLocation.LocalMachine, StoreName.My);
        sf.ConfigureChannelFactory();

        var channel = sf.CreateChannelWithIssuedToken(token);
        channel.DefinirNovoLimiteDeCredito(10, 1000);
        Console.WriteLine(channel.RecuperarLimiteDeCredito(1000));
    }
}

Como podemos notar no exemplo acima, a chamada para o serviço está totalmente independente do modelo de  autenticação. Tudo o que precisa fazer é informar o token gerado pelo STS, sem ter ideia de como a autenticação foi realizada. Amanhã, o modelo de autenticação exigido pelo STS muda e o consumo do serviço não sofrerá qualquer alteração.

Conclusão: Neste artigo pudemos desvendar todo o procedimento que é reliazado internamente pelo WIF quando tentamos consumir um serviço WCF exige que a autenticação seja realizada por um STS. Agora coordenamos isso manualmente, o que nos dá certa flexibilidade, como por exemplo, em um ambiente passivo, evitar o redirecionamento para o STS para autenticar o usuário, onde poderíamos fornecer uma página local de login, e através desta alternativa, consumir o STS requisitando a emissão do token e, consequentemente, reutilizar o token durante toda a sesão do usuário.

Autenticação via Claims no WCF

Nos artigos anteriores, falei sobre a proposta da Microsoft para tentar unificar o sistema de autenticação das aplicações. Nos dois primeiros artigos, comentei um pouco sobre os problemas existentes e a teoria que circunda qualquer Identity MetaSystem. Na sequência, introduzi o WIF e alguns tipos que são comuns para qualquer tipo de aplicação que fará uso deste novo framework. A finalidade deste artigo é mostrar como podemos aplicar o WIF em serviços WCF, analisando tudo o que é necessário para colocar isso em funcionamento, incluindo a criação de um STS customizado para testes.

Em um artigo anterior, vimos como podemos implementar o WIF à aplicações ASP.NET, que recorrem ao navegador para serem apresentadas. Com isso, o WIF ou qualquer outro framework de autenticação, faz uso das funcionalidades que o navegador disponibiliza, para assim, coordenar de forma passiva, tudo o que é necessário para efetuar a autenticação em uma segunda aplicação.

Quando falamos em autenticação de serviços, o processo muda um pouco, pois geralmente eles são acessados através de uma aplicação cliente, que muitas vezes deve se identificar antes de consumir as funcionalidades que ele expõe. Neste cenário podemos perceber que não há o navegador, e sim uma aplicação (na maioria das vezes, desktop (Windows Forms ou WPF)) que consomem o serviço.

No artigo anterior discutimos o ambiente passivo, e aqui entra o ambiente ativo. O nome se deve ao fato de que a aplicação cliente coordena ativamente o processo de autenticação do usuário quando ele, por sua vez, precisar acessar um serviço que exija que o usuário esteja devidamente autenticado para poder acessá-lo. Como já acontecia anteriomente, os serviços que compõem a sua estrutura, pode seguramente confiar em um orgão que efetua a autenticação, evitando assim configurarmos serviço por serviço todo o processo necessário para a autenticação do usuário.

Como o WCF já traz vários pontos de estensibilidade, a Microsoft apenas introduziu nesses locais recursos para interceptar o processo de autenticação, e com isso, acoplando o WIF para efetuar todo o trabalho. A ideia aqui é ao configurar um serviço WCF, dizer que ele somente permitirá usuários autenticados por uma outra aplicação, que também será um serviço, mas construído com os recursos fornecidos pelo WIF.

Ao expor um serviço WCF neste caso, a configuração do mesmo deverá conter entre vários itens, o autenticador. Com isso, o WIF será capaz de modificar o documento WSDL que descreve o serviço, também incluindo o local deste autenticador que o teu serviço confia. Com isso, ao referenciar o serviço em uma aplicação cliente, ela já saberá qual o endereço correto do autenticador e, consequentemente, antes de efetuar a requisição efetiva para uma das operações do serviço, ele será inteligente o bastante para autenticar o usuário no autenticador e, finalmente, invocar a operação solicitada. Através da imagem abaixo, podemos visualizar as etapas deste processo:

É importante dizer que no ambiente ativo, o processo acaba sendo mais rápido quando comparado com o ambiente passivo, pois o cliente não precisa visitar o serviço para saber qual é o autenticador que o mesmo utiliza. Isso já aconteceu durante a referência do serviço na aplicação cliente, que traz, além da descrição do serviço em si, informações inerentes ao autenticador em qual o serviço confia, assim como já foi comentado acima.

Depois de entendermos o processo em um nível macro, precisamos nos atentar em como podemos proceder para preparar tudo isso. Em primeiro lugar, vamos avaliar as opções de template de projeto voltadas para o WCF, que o WIF nos fornece quando instalamos o seu SDK:

  • WCF Security Token Service: Template que traz a configuração padrão para criar um serviço WCF que servirá como um STS no ambiente ativo.
  • Claims-aware WCF Service: Template que traz um serviço WCF pré-configurado para utilizar algum STS, que será responsável pela autenticação do usuário.

Apesar delas existirem, não vamos utilizá-las no decorrer deste artigo. A ideia aqui é apresentar os detalhes de criação do começo ao fim, analisando cada uma das seções necessárias para fazer com que todo esse processo funcione da forma correta. Com isso, teremos três elementos envolvidos no nosso exemplo: o serviço (relying party) que contém todas as funcionalidades que desejamos expor aos clientes, um autenticador (STS), que será o responsável por autenticar os usuários e, finalmente, a aplicação cliente (subjects), que utilizará o serviço WCF para extrair as informações e exibí-las na tela, mas antes disso, deverá autenticar o usuário que a acessa no STS correspondente.

A criação do STS

Para iniciar, vamos começar com a construção do STS, que será o nosso autenticador. Para isso, vamos recorrer à uma aplicação do tipo Console, que irá expor um serviço que aceitará as requisições de login, validará o usuário em algum repositório e, finalmente, devolverá para a aplicação solicitante o token gerado por ele. Como já comentei nas entrelinhas, o STS nada mais é que um serviço, que se utiliza da mesma estrutura de um serviço WCF, mas expondo um tipo de serviço diferenciado, que tem a finalidade de validar e autenticar um usuário. Para termos acesso as classes que nos permite criar este tipo de serviço, devemos referenciar na aplicação o assembly Microsoft.IdentityModel.dll, que é fornecido pelo WIF.

Se o STS nada mais é que um serviço, temos que ter uma classe que o representa, e para isso o WIF já fornece uma classe abstrata chamada SecurityTokenService, que é o nosso STS em si, fornecendo toda a estrutura necessária para a criação de um STS customizado, mas para isso, devemos sobrescrever dois métodos nas classes derivadas, a saber: GetScope e GetOutputClaimsIdentity.

O primeiro método, GetScope, nos dá a possibilidade de verificar quais são as chaves de criptografia que serão utilizadas, baseando-se no endereço da relying party. Esse método retorna uma instância da classe Scope, que contém toda a configuração necessária para gerar o retorno para a respectiva aplicação (relying party). Já o segundo método, GetOutputClaimsIdentity, é o local onde efetivamente definimos quais claims serão criadas para aquele usuário recém autenticado, e que na maioria das vezes, iremos recorrer a uma busca no repositório para extrair esses dados. Esse método retorna a instância de uma classe ClaimsIdentity, que implementa a interface IClaimsIdentity, e como sabemos, fornece uma propriedade chamada Claims, que nada mais é que uma coleção, onde podemos adicionar quantas claims desejarmos.

Como mencionei, o método GetScope é responsável por capturar os recursos necessários para estabelecer a comunicação segura. Aqui teremos dois certificados, sendo um deles utilizado pelo autenticador (STS) e outro pelo serviço (relying party). Cada um deles vai garantir que as mensagens trocadas não sejam manipuladas por ninguém. Para isso, a classe Scope fornece duas propriedades: EncryptingCredentials e SigningCredentials. Na primeira propriedade, definimos o certificado fornecido pelo serviço, que com a sua chave pública, faremos a criptografia da mensagem quando formos retornar a resposta do processo de autenticação (RSTR). Já a propriedade SigningCredentials, apontamos para o certificado do autenticador, que utilizará para garantir que a mensagem não será alterada durante a sua viagem. Abaixo temos um trecho da classe que representa o serviço de STS, omitindo algumas seções por questões de espaço:

public class ServicoDeAutenticacao : SecurityTokenService
{
    public ServicoDeAutenticacao(ConfiguradorDoServicoDeAutenticacao configurador)
        : base(configurador) { }

    protected override IClaimsIdentity GetOutputClaimsIdentity(
        IClaimsPrincipal principal, RequestSecurityToken request, Scope scope)
    {
        principal.Identities[0].Claims.AddRange(
            RepositorioDeUsuarios.RecuperarClaimsDoUsuario(principal.Identity.Name));

        return principal.Identity as IClaimsIdentity;
    }

    protected override Scope GetScope(IClaimsPrincipal principal, RequestSecurityToken request)
    {
        Scope scope = new Scope(request.AppliesTo.Uri.AbsoluteUri);
        scope.EncryptingCredentials = this.GetCredentialsForAppliesTo(request.AppliesTo);
        scope.SigningCredentials = new X509SigningCredentials(
            CertificateUtil.GetCertificate(
                StoreName.My,
                StoreLocation.LocalMachine,
                “CN=Autenticador”));

        return scope;
    }

    //Outros Membros
}

Depois da classe que representa o serviço de STS criada, o próximo passo é a criação de uma classe que herda da classe SecurityTokenServiceConfiguration. Essa classe permite configurar um serviço de STS, definindo qual será o tipo da classe que representará o STS, que foi aquela que criamos no passo anterior. Essa classe possui várias propriedades, que permite configurar de forma imperativa o STS, mas neste caso, tudo o que precisamos fazer é herdar, e dentro do seu construtor, definir duas principais propriedades: SecurityTokenService e SigningCredentials. A primeira correspondente ao Type da classe que herda de SecurityTokenService, enquanto a segunda, define os dados do certificado usado para a conversação. O código abaixo mostra a sua estrutura:

public class ConfiguradorDoServicoDeAutenticacao : SecurityTokenServiceConfiguration
{
    public ConfiguradorDoServicoDeAutenticacao()
        : base(“ServicoDeAutenticacao”)
    {
        this.SecurityTokenService = typeof(ServicoDeAutenticacao);
        this.SigningCredentials = new X509SigningCredentials(
            CertificateUtil.GetCertificate(
                StoreName.My,
                StoreLocation.LocalMachine,
                “CN=Autenticador”));
    }
}

Para encerrar as classes customizadas, é necessário a criação de um security token handler. Neste contexto, o handler é responsável por extrair o token enviado pelo cliente, e validá-lo em algum repositório. Como queremos optar para que o usuário informe o seu login e senha, utilizaremos aqui um security token handler exclusivo para este caso, que é o UserNameSecurityTokenHandler.

Ao herdar desta classe, devemos sobrescrever o método ValidateToken, que fornece como parâmetro a instância do token enviado pelo usuário, representado pela classe UserNameSecurityToken, que por sua vez, fornece duas propriedades pertinentes ao modelo de autenticação, que são elas: UserName e Password. O exemplo abaixo ilustra como proceder para customizar essa classe:

public class ValidadorDeUsuario : UserNameSecurityTokenHandler
{
    public override ClaimsIdentityCollection ValidateToken(SecurityToken token)
    {
        UserNameSecurityToken usernameToken = token as UserNameSecurityToken;

        if (!RepositorioDeUsuarios.Validar(usernameToken.UserName, usernameToken.Password))
            throw new SecurityException(“Usuário inválido.”);

        ClaimsIdentity identidadeAtual = new ClaimsIdentity(“ValidadorDeUsuario”);
        identidadeAtual.Claims.Add(new Claim(ClaimTypes.Name, usernameToken.UserName));

        return new ClaimsIdentityCollection() { identidadeAtual };
    }

    //Outros Membros
}

Como podemos notar no código acima, é dentro do método ValidateToken que devemos recorrer ao repositório de usuários para validar as credenciais informadas pelo cliente. Caso o usuário não seja encontrado, você pode disparar uma exceção do tipo SecurityException, informando a inexistência daquele usuário.

E para colocar tudo isso em funcionamento, entra em cena a classe WSTrustServiceHost. Essa classe herda diretamente da classe ServiceHost (exposta pela API do WCF), que permite carregar e gerenciar um serviço STS utilizando toda a estrutura do WCF, e com isso, ficará disponível para receber as requisições das aplicações clientes que desejam autenticar seus usuários, antes de efetivamente acessar uma das operações expostas pelo serviço. Em princípio, temos que recorrer a esta classe quando não estamos utilizamos as templates de projetos que vimos acima, pois quando as usamos, isso tudo o que vemos aqui ficará transparente.

Há um overload do construtor da classe WSTrustServiceHost, que aceita como parâmetro uma classe do tipo SecurityTokenServiceConfiguration, contendo toda a configuração necessária de um serviço de STS. O código abaixo ilustra a sua utilização:

using (WSTrustServiceHost host = 
    new WSTrustServiceHost(new ConfiguradorDoServicoDeAutenticacao()))
{
    host.Open();
    Console.WriteLine(“[ Serviço de Autenticação em funcionamento ]”);
    Console.ReadLine();
}

Assim como qualquer serviço WCF, somente essa configuração não é suficiente para subir o serviço de STS. Ainda há a necessidade de apontar, via arquivo de configuração, outras informações necessárias para o mesmo, tais como endpoints, contratos, baseAddresses, etc., que como sabemos, é necessário para todo e qualquer tipo de serviço WCF. Mas como estamos criando uma espécie de serviço voltado exclusivamente para o STS, temos já contratos predefinidos, que expõem funcionalidades de emissão, cancelamento e renovação de tokens, mas tudo isso tudo será utilizado, em um primeiro momento, internamente pelo runtime do WIF.

Sendo assim, a classe que representará o serviço é a WSTrustServiceContract, que implementa a interface IWSTrust13SyncContract, que define o contrato do serviço, fornecendo as operações comentadas no parágrafo anterior. Agora o nosso serviço deverá expor dois endpoints, sendo um deles utilizando o contrato IWSTrust13SyncContract em conjunto com o binding WS2007HttpBinding, e além disso, um binding tradicional de metadados (IMetadataExchange), que irá expor todas as funcionalidades do serviço de STS. A única configuração relevante do binding, é que devemos definir o atributo clientCredentialType do elemento message como sendo UserName, já que a ideia é permitir ao usuário informar os dados de acesso através da aplicação cliente. Abaixo podemos visualizar as configurações deste serviço:

<?xml version=”1.0″?>
<configuration>
  <system.serviceModel>
    <services>
      <service name=”Microsoft.IdentityModel.Protocols.WSTrust.WSTrustServiceContract”
               behaviorConfiguration=”serviceConfig”>
        <host>
          <baseAddresses>
            <add baseAddress=”http://localhost:9010/sts”/&gt;
          </baseAddresses>
        </host>
        <endpoint address=””
                  binding=”ws2007HttpBinding”
                  bindingConfiguration=”bindingConfig”
                  contract=”Microsoft.IdentityModel.Protocols.WSTrust.IWSTrust13SyncContract” />
        <endpoint address=”mex”
                  binding=”mexHttpBinding”
                  contract=”IMetadataExchange” />
      </service>
    </services>
    <bindings>
      <ws2007HttpBinding>
        <binding name=”bindingConfig”>
          <security mode=”Message”>
            <message clientCredentialType=”UserName”
                     negotiateServiceCredential=”false”
                     establishSecurityContext=”false”/>
          </security>
        </binding>
      </ws2007HttpBinding>
    </bindings>
</configuration>

Como se não bastasse, ainda precisamos das configurações referentes ao WIF neste mesmo arquivo de configuração da aplicação que servirá como host do serviço de STS. Como já vimos em artigos anteriores, a seção para essa configuração é a microsoft.identityModel, que deve ser registrada primeiramente antes de ser utilizada.

Depois da seção registrada, o próximo passo é remover o security token handler que é adicionado por padrão (WindowsUserNameSecurityTokenHandler), e em seguida, adicionarmos aquele que criamos acima. Para isso, recorremos à uma coleção chamada securityTokenHandlers, e especificamos ali o tipo completo, incluindo o nome e o assembly onde ele foi criado. Além disso, ainda há a seção serviceCertificate, que apontamos o certificado que o autenticador irá utilizar para se comunicar com o serviço, protegendo todas mensagens que são trocadas entre eles. O código abaixo resume todas as configurações do WIF que são necessárias na aplicação que hospedará o serviço STS, que compõem o arquivo de configuração que vimos acima com as configurações pertinentes ao WCF:

<?xml version=”1.0″?>
<configuration>
  <configSections>
    <section name=”microsoft.identityModel”
             type=”Microsoft.IdentityModel.Configuration.MicrosoftIdentityModelSection, …”/>
  </configSections>
  <microsoft.identityModel>
    <service>
      <securityTokenHandlers>
        <remove type=”Microsoft.IdentityModel.Tokens.WindowsUserNameSecurityTokenHandler, …” />
        <add type=”Autenticador.ValidadorDeUsuario, Autenticador …” />
      </securityTokenHandlers>
      <serviceCertificate>
        <certificateReference storeLocation=”LocalMachine”
                              storeName=”My”
                              x509FindType=”FindBySubjectDistinguishedName”
                              findValue=”CN=Autenticador” />
      </serviceCertificate>
    </service>
  </microsoft.identityModel>
</configuration>

A criação do Serviço

Depois do serviço de autenticação criado, vamos partir para o serviço que utilizará e confiará naquele STS para autenticar os usuários. O serviço que vamos utilizar como exemplo é bem simples, com apenas duas operações que recebem e retornam tipos simples. A ideia aqui será restringir o acesso às operações deste serviço, permitindo o acesso somente depois do usuário ser devidamente autenticado pelo serviço de STS que criamos acima.

Sendo assim, a configuração do serviço WCF com as nossas regras de negócio é simples, contendo os endpoints, os behaviors para expor os metadados e a criação de um hosting, que utilizaremos neste exemplo, uma aplicação do tipo Console. A única diferença aqui na configuração do serviço é a utilização do binding WS2007FederationHttpBinding, que é utilizado quando você está terceirizando o processo de autenticação.

No código abaixo podemos visualizar a configuração do binding do endpoint do nosso serviço. Definimos a segurança como sendo Message, que garantirá que a mensagem seja trafegada de forma segura, mesmo que o transporte não forneça esse recurso. Nas configurações internas, temos um elemento chamado issuerMetadata, que através do atributo address, devemos especificar o endereço do endpoint do serviço de STS, responsável pela autenticação. Em segundo lugar e não menos importante, temos o elemento claimTypeRequirements, que é uma coleção onde podemos especificar quais são as claims que o serviço está exigindo que o STS emita.

<bindings>
  <ws2007FederationHttpBinding>
    <binding name=”bindingConfig”>
      <security mode=”Message”>
        <message>
          <issuerMetadata address=”http://localhost:9010/sts/mex&#8221; />
          <claimTypeRequirements>
            <add claimType=”http://schemas.microsoft.com/ws/2008/06/identity/claims/name&#8221;
                 isOptional=”false” />
            <add claimType=”http://schemas.microsoft.com/ws/2008/06/identity/claims/role&#8221;
                 isOptional=”false” />
          </claimTypeRequirements>
        </message>
      </security>
    </binding>
  </ws2007FederationHttpBinding>
</bindings>

No serviço também precisamos de algumas configurações pertinentes ao WIF, e como já era de se esperar, é necessário também registrar a seção do mesmo, através do elemento configSections. Neste caso, precisamos definir a audienceUri, que nos permite elencar uma coleção de URIs, que definem os possíveis endereços para qual o token poderá ser entregue, evitando que clientes maliciosos façam uso do mesmo. Em seguida temos a seção serviceCertificate, que apontamos o certificado que o serviço vai utilizar para se comunicar com o autenticador, protegendo as mensagens que são trocadas entre eles. Abaixo o código que ilustra essas configurações:

<?xml version=”1.0″?>
<configuration>
  <configSections>
    <section name=”microsoft.identityModel”
             type=”Microsoft.IdentityModel.Configuration.MicrosoftIdentityModelSection …”/>
  </configSections>
  <microsoft.identityModel>
    <service>
      <issuerNameRegistry type=”Servico.ValidadorDoAutenticador, Servico …” />
      <audienceUris>
        <add value=”http://localhost:9000/ServicoDeCredito&#8221; />
      </audienceUris>
      <serviceCertificate>
        <certificateReference storeLocation=”LocalMachine”
                              storeName=”My”
                              x509FindType=”FindBySubjectDistinguishedName”
                              findValue=”CN=Servico” />
      </serviceCertificate>
    </service>
  </microsoft.identityModel>
</configuration>

Finalmente, ainda analisando o código acima, temos um elemento chamado issuerNameRegistry, que como o próprio nome diz, permite especificarmos ali os STSs em que a aplicação confia. Para termos o controle desta validação, podemos criar uma classe que herde da classe abstrata IssuerNameRegistry, sobrescrevendo o método GetIssuerName, analisando o certificado fornecido pelo autenticador, e assim tomarmos alguma decisão para saber se confiamos ou não nele. Se iremos confiar, então devemos retornar uma string representando o autenticador, caso contrário, devemos disparar uma exceção para reportar essa “falha”. O código abaixo ilustra essa classe:

public class ValidadorDoAutenticador : IssuerNameRegistry
{
    public override string GetIssuerName(SecurityToken securityToken)
    {
        X509SecurityToken certificado = securityToken as X509SecurityToken;

        if (certificado != null)
            if (certificado.Certificate.SubjectName.Name == “CN=Autenticador”)
                return certificado.Certificate.SubjectName.Name;

        throw new SecurityTokenException(“Autenticador Inválido.”);
    }
}

O último detalhe é a criação do host, que quando utilizamos um self-hosted, recorrermos à classe ServiceHost, e aqui não será diferente. Só há uma pequena configuração a ser realizada aqui, que é a integração do runtime do WIF ao pipeline do WCF. Essa configuração pode ser feita de forma imperativa ou declarativa. Utilizando a primeira opção, antes de abrir o host, devemos enviar a instância da classe ServiceHost para o método estático ConfigureServiceHost, exposto pela classe FederatedServiceCredentials, assim como podemos notar no trecho de código abaixo:

using (ServiceHost host = new ServiceHost(typeof(ServicoDeCredito), new Uri[] { }))
{
    FederatedServiceCredentials.ConfigureServiceHost(host);

    host.Open();
    Console.WriteLine(“[ Serviço de Crédito em funcionamento ]”);
    Console.ReadLine();
}

Ao submeter o host para o método ConfigureServiceHost, uma série de elementos são adicionados ao processamento das requisições que chegam para o serviço, efetuando toda a comunicação necessária com o serviço de STS em qual o serviço confia, e além disso, é capaz de capturar o resultado do processo de autenticação realizado remotamente, e com isso prosseguir com o processo de autorização, que determinará o que o usuário poderá ou não acessar.

A autorização continua sendo de responsabilidade do serviço local, que na maioria das vezes recorre às roles para refinar o acesso. Quando estamos trabalhando com o WIF, todas as informações que ele emite para um determinado usuário autenticado, é representado por uma claim. No nosso exemplo, o STS está gerando três claims, sendo uma delas do tipo name, e as outras duas do tipo role. O WCF em conjunto com o WIF são capazes de analisar as claims geradas pelo STS, e depois disso, configurar a propriedade CurrentPrincipal da classe Thread com uma instância da classe ClaimsPrincipal, representando a identidade do usuário e suas respectivas claims.

Desta forma, podemos continuar trabalhando com o modelo de programação da mesma forma que já utilizávamos no passado, ou seja, através do método IsInRole (imperativo) ou com o uso do atributo PrincipalPermissionAttribute (declarativo), assim como é exemplificado abaixo:

public class ServicoDeCredito : IConsultasFinanceiras
{
    [PrincipalPermission(SecurityAction.Demand, Role = “Funcionario”)]
    public decimal RecuperarLimiteDeCredito(int codigoDoCliente)
    {
        //Implementação
    }

    [PrincipalPermission(SecurityAction.Demand, Role = “Gerente”)]
    public void DefinirNovoLimiteDeCredito(int codigoDoCliente, decimal novoValor)
    {
        //Implementação
    }
}

A criação do Cliente

Finalmente, depois dos dois serviços devidamente implementados, chega o momento de consumí-los em uma aplicação cliente. Tudo o que precisamos fazer nela, é adicionar a referência para o serviço WCF, assim como já fazemos. Não há necessidade de fazer referência ao serviço de STS na aplicação cliente, pois além do documento WSDL descrever as operações do serviço, ele também traz todas as informações necessárias a respeito do serviço responsável pela autenticação, como o endereço onde ele está localizado, quais são as claims que o serviço exige que o autenticador emita, etc.

Ao referenciar o serviço através da opção Add Service Reference da IDE do Visual Studio ou através do utilitário svcutil.exe, o proxy gerado conterá as informações tradicionais do endpoint do serviço com o qual a aplicação quer se comunicar, mas também incluirá algumas configurações extras, que determinam como a comunicação com o STS será realizada. Justamente por conhecer onde o STS está e como devemos ser comunicar com ele, que o ambiente ativo é bem mais rápido que o passivo, como já discutido anteriormente.

Outro detalhe importante no arquivo de configuração, são as chaves públicas dos certificados envolvidos no processo. Uma delas foi fornecida pelo serviço e a outra pelo autenticador, que o runtime do WCF e do WIF irão utilizá-las durante o processo de comunicação para garantir com que as mensagens que serão trocadas entre as partes sejam protegidas.

Por fim, a aplicação cliente só precisa consumir o serviço, apenas se atentando a informar o login e senha antes de invocar alguma das operações. O código abaixo ilustra a utilização do serviço, através do proxy que foi criado durante a referência do serviço. O arquivo de configuração do cliente será omitido aqui por questões de espaço.

using (ConsultasFinanceirasClient proxy = new ConsultasFinanceirasClient())
{
    proxy.ClientCredentials.UserName.UserName = “Israel”;
    proxy.ClientCredentials.UserName.Password = “P@ssw0rd”;

    proxy.DefinirNovoLimiteDeCredito(560, 10000);

    Console.WriteLine(“Limite para o cliente 200: {0:C2}”,
        proxy.RecuperarLimiteDeCredito(200));
}

Conclusão: Depois de tudo o que fizemos aqui, o nosso serviço ficou completamente independente de como se faz a autenticação do usuário. Se tivermos um barramento de serviços dentro de algum local, como uma empresa, todos os serviços podem confiar em um único autenticador, e a reutilização será muito grande, já que temos todo o processo centralizado, facilitando a manutenção, já que os serviços consumidores nada sabem sobre a forma como estamos autenticando os usuários.

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